quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AGENTES PENITENCIÁRIOS PROMETEM PROCESSAR SEJUC E CRUZAR OS BRAÇOS.

O episódio desta terça-feira, 15, em que agentes foram feitos reféns em presídio levará sindicato a processar Sejuc e discutir indicativo de greve

“Ou a fome ou a morte”. Com essas palavras o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindipen), Antônio Cláudio Viana, definiu a situação dos agentes que trabalham no presídio Regional Senador Leite Neto, em Nossa Senhora da Glória. Ela avisa que o sindicato entrará com uma ação contra a Secretaria de Estado da Justiça por abuso de autoridade, assédio moral e retenção de verba pública. A categoria define em assembléia nesta sexta-feira, 18, se fará greve.

De acordo com Antônio, o principal motivador para a medida é o fato de a Sejuc bloquear o pagamento aos agentes que não querem trabalhar nos pavilhões. “São até 200 detentos para dois agentes. Por isso muitos vêm ao presídio, fazem todas as outras atividades, mas não querem fazer a guarda dos presos”, diz o presidente.

Ele diz que no mês de julho 40 servidores tiverem o salário bloqueado por terem levado falta, mesmo comparecendo ao trabalho. “Só a fato deles não entrarem no pavilhão é suficiente para alegarem ausência no trabalho”, afirma Antônio.

Além desse, o fator agravante ocorreu nesta terça-feira, 15, quando dois agentes foram feitos reféns pelos detentos por mais de três horas. A confusão ocorreu, segundo Antônio, depois de uma tentativa de fuga frustrada, enquanto era servido o café da manhã. “Eles queriam render todos os agentes e fugir. Como não conseguiram, eles alegaram algo a respeito de comida”, explica.

Ameaças por parte dos presos são constantes no cotidiano dos agentes. A situação no presídio, exemplifica o presidente do sindicato, é igual ao do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), em São Cristóvão. “São apenas 10 ou 12 agentes por plantão para cuidar de 200 a 220 presos”, acrescenta. Apenas cinco agentes estavam no presídio na tentativa de fuga dos detentos. “A situação é grave em todos. Onde é que 200 detentos vão respeitar cinco agentes?”, questiona Antônio.

Tensão está maior

Para negociar a libertação dos dois reféns, o diretor do Desipe, Manoel Lúcio Neto, prometeu aos presos que nenhum procedimento administrativo ou criminal seria aberto. O que Antônio Cláudio considera como um ato equivocado e que aumentou a tensão entre os detentos nesta quarta-feira, 16.

“Os internos cometeram um falta gravíssima. Dizer isso foi um disparate por parte do diretor do Desipe, porque esses processos não podem deixar de existir. Os presos estão se sentindo enganados e estão nos ameaçando de morte”, conta ele.

Categoria pode entrar em greve

Na manhã da próxima sexta-feira, 18, o Sindicato fará uma reunião na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE) em que será dado um indicativo de greve geral dos agentes. A ação contra a Sejuc deve ser impetrada após uma reunião na Vara de Execuções Criminais, que será realizada nesta quinta, 17, às 10h30.

Fonte: Infonet

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