quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AGENTES PENITENCIÁRIOS RECEBEM QUATRO CENTAVOS DE SALÁRIOS, DIZ CLÁUDIO VIANA, PRESIDENTE DO SINDICATO DOS AGENTES PENITENCIÁRIOS DE SERGIPE.

Agentes penitenciários temem perder a vida no exercício do trabalho, recebem salários cortados em 100%, estão passando fome e são maltratados e humilhados pela Secretaria de Justiça, declarou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Sergipe, Cláudio Viana ao radialista George Magalhães, no programa liberdade sem Censura.

De acordo com Cláudio Viana, a rebelião que aconteceu no presídio de Nossa Senhora da Glória havia sido prevista há mais de 60 dias, pois já havia sido alertada para a secretaria de justiça em forma de correspondência ao secretário. Não há facilidade para a segurança do presídio de Glória, pois os presos já estavam tramando algo há muito tempo, assim tentaram uma fuga em massa na manhã de ontem, que foi frustrada pelos agentes, que gerou a rebelião, como um pretexto para chamar atenção.

Dois agentes foram feitos reféns, sendo libertados com a presença do juiz de execuções criminais. Os agentes estavam sob ameaça de morte com chuços e barras de ferro. Estavam apenas cinco agentes na unidade prisional na hora da rebelião dos amotinados, três deles conseguiram escapar antes dos presos dominarem a penitenciária.

Viana disse que não entende porque o Desipe, Departamento do Sistema Penitenciário, não abrirá processo contra os presos que se rebelaram, o que caracteriza prevaricação. Ou seja, vai burlar a lei. Afirmou também que estão sendo feitos diversos tipos de pressão contra os agentes para forçá-los a trabalhar numa escala que eles consideram de alto nível de perigo às suas vidas, a escala de dois agentes para 100 detentos. Sendo esta a escala praticada no presídio Carvalho Neto.

Os salários dos agentes prisionais do estado estão sendo bloqueados pela Secretaria de Justiça, disse Viana muito preocupado com a situação de mais de 30 agentes penitenciários que não receberam salários e estão passando fome. Teve agente que recebeu apenas quatro centavos de salário este mês, disse Cláudio Viana.

O sindicato encaminhará ao Ministério da Justiça várias denúncias contra a Secretaria de Justiça do estado, incluindo denúncias de abuso de autoridade, onde eles posam para a imprensa de bons, e por trás, são torturadores. Pois deixar os agentes passar fome é tortura, declarou o presidente do sindicato.

As rebeliões em presídios podem acontecer a qualquer momento no estado, pois a escala de trabalho não garante a segurança mínima para os agentes trabalharem sem medo dos detentos. Os agentes estão trabalhando com medo de não voltarem para suas casas, de acordo com o presidente. A OAB será acionada na próxima sexta-feira para ajudar os agentes penitenciários a conseguirem uma negociação de melhorias no trabalho.

A Secretaria de Justiça tem que parar de brincar com os agentes, disse Viana sobre a política de perseguição emplacada contra os agentes que resolveram trabalhar em grupo para se proteger. Com isso, os agentes são encaminhados para a corregedoria e perseguidos pela secretaria, que os desloca para as unidades mais distantes de suas casas.

Fonte: Fax Aju

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