sexta-feira, 5 de março de 2010

DÉDA E COMITIVA VISITAM A CENTRAL NUCLEAR DE ANDRA DOS REIS

Foto:  Márcio Dantas


Ao visitar a Central Nuclear de Angra dos Reis (RJ) nesta sexta-feira, 5, o governador Marcelo Déda e comitiva constataram pessoalmente os benefícios deste tipo de geração de energia. “Aprendemos muito. Além disso, derrubamos vários mitos que todos nós criamos ao longo do tempo”, resumiu o governador. Sergipe é candidata a sediar a central nuclear que o governo federal pretende construir no Nordeste.

Ciceroneado pelo presidente da Eletronuclear (Eletrobrás Termonuclear), Othon Luiz Pinheiro da Silva, a comitiva - com parlamentares, empresários, jornalistas, representantes do meio ambiente e da área acadêmica, além de integrantes do governo estadual - visitou a Usina de Angra II e as obras de Angra III. Quando estiver concluída a terceira usina, a central de Angra terá condições de suprir o equivalente a 80% da demanda energética do Estado do Rio de Janeiro.

Depois de conhecer as instalações, o governador confessou-se muito satisfeito com o que viu. “Se todos pudessem fazer esta visita, a auto-estima do brasileiro aumentaria ainda mais. Nós avançamos em relação à tecnologia que importamos e, hoje, desenvolvemos tecnologia própria”. De fato, segundo Pinheiro da Silva, Angra III deverá atingir o nível de 70% de nacionalização.

Benefícios

A segurança do sistema está entre os benefícios elencados pelo governador. “Vimos um show de segurança”, avaliou, lembrando que, desde a produção de energia a partir dos reatores até a armazenagem do material radioativo, as normas de segurança são extremamente rigorosas e modernas. Aliado a isto, observou que a energia nuclear é considerada uma das mais limpas, favorecendo a preservação do meio ambiente. E, também por isto, adotada de forma crescente no mundo.

Para Sergipe, especialmente, a construção da central representaria um acréscimo significativo para o desenvolvimento local. Primeiro, enumerou o governador, reforçaria a vocação do estado como produtor e exportador de energia. Em segundo lugar, levaria a maior diversificação das matrizes energéticas, gerando mais segurança para novos investidores. Por fim, a construção da central representaria, pelas próximas duas décadas, “um cabedal de investimentos em infraestrutura”, já que o governo federal planeja erguer até seis usinas nucleares na central nordestina.

Meia Itaipu

Cada usina, como explicou o presidente da Eletronuclear, gerará em torno de 1000 MW. Assim, quando estiver completamente instalada, a central geraria energia similar a produzida por meia Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo atualmente. Pinheiro da Silva acrescenta outra vantagem na geração de energia nuclear: o Brasil é um dos três países do mundo que detém esta tecnologia e, ao mesmo tempo, possui reservas próprias.

Hoje, o Brasil tem 309 mil toneladas de reservas de urânio já confirmadas. A estimativa, no entanto, é que este montante chegue a 800 mil toneladas, colocando o país como primeiro ou segundo produtor mundial. Com isso, o país teria garantido o suprimento de matéria-prima para o funcionamento das futuras usinas.

Água limpa

Na visita, Déda verificou que Angra devolve a água retirada do mar, usada para o resfriamento dos reatores, da mesma forma que captou - apenas com leve elevação de temperatura. “Do mesmo modo, as águas do São Francisco não serão prejudicadas”, destacou Déda. “Em Angra, ela entra no sistema e volta ao mar sem agregar poluentes. Não haverá sequestro da água do rio, que continuará disponível para a agricultura, por exemplo”.

Igualmente importante, o benefício às comunidades em volta da central foi constatado pelo governador, com os testemunhos de prefeitos e vereadores da região. “Para o povo de Sergipe, o investimento será de extrema importância, dando maior impulso e mais segurança ao desenvolvimento econômico”.

Pinheiro da Silva disse que, ainda neste semestre, a Eletronuclear deverá apontar cinco locais indicados para a construção da central, de acordo com mais de 2.000 critérios técnicos. Em seguida, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolher o local e enviar mensagem ao Congresso Nacional, que votará a proposta.

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