O líder da bancada da oposição na Assembleia Legislativa, Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na manhã de hoje, 18, para cobrar dos procuradores eleitorais uma posição oficial a respeito do almoço organizado pelo governador Marcelo Déda (PT), no Palácio de Veraneio, que reuniu lideranças políticas o que, segundo o deputado, caracteriza crime eleitoral e abuso do poder econômico. Venâncio também ficou solidário com a deputada Goretti Reis (DEM) que teria sido desacatada, em plenário, pelo líder do governo na Casa, deputado Francisco Gualberto (PT), na sessão de segunda-feira,17.
“Quero me reportar ao mesmo tema de ontem: o almoço realizado pelo governador no Palácio de Veraneio representa um crime eleitoral escancarado, uma afronta ao Poder Judiciário e ao Tribunal Regional Eleitoral. Foi feito um comício dentro do palácio! Eu quero é destacar a coragem da nossa imprensa, do radialista Gilmar Carvalho que reproduziu em seu programa a gravação feita durante a reunião/almoço, e ao radialista George Magalhães, pela entrevista reveladora que fez com o secretário (Articulação Política) Chico Buchinho”, colocou.
Em seguida, Venâncio disse que “Gilmar Carvalho fez isso nos governos anteriores e provou sua coragem e sua independência profissional. Imagino o que ele deve sofrer pela frente através desta divulgação. Também admiro a coragem do governador. Ontem houve uma reunião dos procuradores eleitorais e está claro que eles já têm matéria para atuar. Está comprovado e caracterizado o crime eleitoral. O governador disse na gravação que é candidato à reeleição e que precisava das suas lideranças porque havia lhes dado o apoio e que esteve em seus palanques em 2008”.
“Esse comício é uma vergonha, é uma falta de respeito. Déda é governador do Estado, mas não está acima da lei. Ele tem que cumprir a lei como os demais. Ou ele acha que é beneficiado através da impunidade? Ele fez isso na eleição passada, com a Micareta Picareta, denunciada nacionalmente e que até hoje não foi julgada. A Justiça tem que dar uma satisfação à sociedade. O governador acha que vai terminar seu mandato e que nada vai acontecer. Eu sou presidente do PP, fui punido e estou cumprindo a retirada de 10 minutos do meu programa. Eu disse que Sergipe mudou, mas para pior. E recebi a minha punição. E Marcelo Déda? Ele usa o Palácio de Veraneio, usa da estrutura governamental, telefonando para as lideranças e o povo é quem paga a conta? E ainda tira gozação com seus adversários políticos porque, enquanto ele está acomodado no palácio, João Alves (DEM) come galinha de capoeira pelo interior?”, questionou o líder da oposição.
Venâncio Fonseca disse ainda que “a democracia existe e é bela. Se não tiver respeito às leis aí vai virar uma baderna! Nós acreditamos na Justiça e esperamos pelas providências dos procuradores. Essa demora no julgamento do processo do governador é uma falha do Poder Judiciário e ele tem que ser cobrado. O governo passado usava o Palácio para apresentar aos estudantes as suas obras estruturantes. Nunca se pediu voto como foi escancarado desta vez. Aquilo é corrupção eleitoral e abuso do poder econômico. Existe a lei e ela deve ser cumprida. O Governo pode não ser para todos, mas a lei, sim. Se isso ficar impune, será uma imoralidade. Aí a gente vai acreditar que não existe Justiça e que a campanha é desigual. Quero também agradecer ao trabalho do secretário Chico Buchinho, que proporcionou ao governador essa reunião, esse crime eleitoral pode custar caro a uma campanha de governador”, acrescentou, resumindo que vai requerer, através de ofício, à Rede Ilha, a cópia da gravação da reunião do governador no Palácio, que foi reproduzida no programa de Gilmar Carvalho.
Goretti Reis – Por fim, Venâncio ficou solidário com a deputada Goretti Reis (DEM). “Quero prestar minha solidariedade a Goretti Reis pela maneira como foi destratada, na sessão de ontem, quando fazia críticas com relação à área da Saúde, com críticas contundentes e verdadeiras. O líder do governo queria desqualificar seu discurso, taxando-a de dissimulada. Não aceitamos o desrespeito com a oposição. Combata com discurso, com argumentos. Mas jamais queira intimidar”, pontuou. Venâncio também cobrou da presidência da Casa o cumprimento do acordo firmado para que os projetos da oposição sejam colocados para apreciação na Casa. “Votem contra ou a favor, mas coloquem em discussão. Não vamos aceitar este tipo de política aqui dentro”.
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