O governador Marcelo Déda ouviu pessoalmente da presidenta da República, Dilma Rousseff, da nova presidente da Petrobras, Graça Foster, e do presidente da Vale, Murilo Ferreira, que o Projeto Carnalita é prioritário para o Brasil e para as duas megaempresas, que assinarão contrato em Sergipe. Déda manteve contatos com os três nessa segunda, 13, no Rio de Janeiro. Os investimentos da Vale podem chegar a US$ 4 bilhões.
Estratégico para Sergipe, o projeto consiste na extração da carnalita para produção de potássio, indispensável na composição de fertilizantes. O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, é extremamente dependente da importação de adubos. Sergipe, um dos dois produtores do minério na América Latina, ampliará, assim, sua vocação para a indústria de fertilizantes, onde já detém know-how (a própria Vale já produz potássio no estado a partir da mina Taquari-Vassouras).
Murilo Ferreira
Em audiência com Ferreira, no começo da noite desta segunda, Déda ouviu que a Vale tem como prioridade agilizar a exploração de potássio. O executivo disse, ainda, que reconhece a importância do projeto na consolidação desta cadeia produtiva no estado que já agrega sete misturadoras no eixo Vale e Fafen-SE (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe).
Com a assinatura do contrato entre a Vale (produtora) e a Petrobras (dona da jazida que será arrendada para a exploração da carnalita), Ferreira informou ao governador que até o final de 2012 e início de 2013 pretende deflagrar a construção da planta industrial. O início da produção, previu o executivo, está programado para o fim de 2014 e início de 2015.
Social e cultural
Numa primeira etapa, a Vale pretende produzir 1,2 milhão de toneladas de minério, podendo chegar a 2,3 milhões num segundo momento. A manifestação de interesse no projeto ficou mais evidente quando o presidente da companhia chamou a diretora de Recursos Humanos e de Serviços Corporativos, Vania Somavilla, para participar da audiência.
Déda propôs à Vale uma “parceria na área de responsabilidade social e no patrocínio cultural”, ampliando, assim, os investimentos da empresa em Sergipe. Depois de ouvir o governador discorrer sobre os projetos do governo de Sergipe para estes dois setores, Ferreira convidou Somavilla a estudar formas de apoio da Vale ao Estado.
Rapidez
No final da audiência, Ferreira e Déda prontificaram-se a manter contatos mútuos e permanentes como “forma de agilizar os procedimentos e viabilizar o rápido início da construção da planta”, resumiu o governador. A assinatura do contrato entre as duas companhias, que deflagrará o Projeto Carnalita, será em Sergipe e deverá contar com a presença de Ferreira, de Foster e da presidenta Dilma, convidados pelo governador.
Durante o diálogo, Déda e Ferreira concordaram sobre “o papel decisivo da presidenta Dilma Rousseff para que o negócio fosse concretizado”. Ao governador, Ferreira relatou que ela “conduziu pessoalmente as reuniões entre os dois presidentes das companhias, revelando a prioridade deste projeto”.
Segundo Déda, “a presidenta entendeu que este projeto era bom para Sergipe, mas era indispensável para o Brasil porque aumentará a produção de potássio. E, com isto, aumentará a segurança do agronegócio brasileiro, reduzindo a dependência do fertilizante importado. Além de gerar oportunidades de novos negócios na cadeia produtiva de fertilizantes e consequente geração de novos empregos”.
Dilma Rousseff
Em todo o processo, pontificou o governador, “a presidenta Dilma foi decisiva”. Desde que Déda levou o tema à mandatária numa audiência no Palácio do Planalto, em Brasília, Dilma empenhou-se na concretização do projeto. “Eu compreendi a participação de Dilma desde o início”, prosseguiu.
“Disse a ela que este projeto só sairia se ela trouxesse o projeto para a sua mesa. E ela chamou o problema para o seu gabinete, levou os presidentes [da Vale e da Petrobras] a discutirem, monitorou cada reunião, e pode hoje celebrar como uma das grandes vitórias de seu governo”, complementou Déda.
No encontro com Murilo Ferreira, Déda foi acompanhado por Pedro Lopes, representante de Sergipe em Brasília.
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