Mais de 100 professores de Itabaianinha lotaram as galerias da Assembleia Legislativa e conquistaram o apoio de parlamentares no ato público realizado na manhã de hoje, quarta-feira, dia 6, em Aracaju. Por volta das 9h, os professores marcharam pelo Calçadão da João Pessoa em direção à Assembleia Legislativa. Lá chegando, os educadores ouviram o pronunciamento da professora e deputada Ana Lúcia Menezes em apoio à segunda maior greve que já houve no estado de Sergipe, prestes a completar dois meses de duração.
A deputada Ana Lúcia informou que o IDH das crianças de Itabaianinha é um dos menores do Estado, figurando-se entre 0,480, numa faixa de 0 a 1. “Este ano o prefeito de Itabaianinha criou três Secretarias que geraram despesas e levaram a prefeitura ao limite prudencial.
Por isso é preciso que o Tribunal de Justiça crie as instâncias de mediação para nos ouvir enquanto trabalhadores”, explicou a deputada, dando a entender que não são os professores que devem arcar com os excessos da prefeitura.
Desde que a administração municipal cessou as negociações com os professores, o prefeito vinha divulgando que só pagaria o piso mediante ordem judicial. O discurso mudou depois que a desembargadora Geni Silveira Shuster expediu uma liminar dando um prazo de 10 dias para que o executivo municipal explique porque não paga o piso. O atual argumento do prefeito é a falta de recurso para cumprir a lei de responsabilidade fiscal.
Comissão de Educação
O deputado Wanderley Cardoso, que integra a Comissão de Educação da Casa Legislativa, firmou o compromisso de se dirigir à prefeitura de Itabaianinha para conversar com o prefeito e mediar a negociação junto aos professores. A professora Damiana, do município de Itabaianinha, acredita que todos os esforços para facilitar a negociação são bem vindos.
A presidente do Sintese, professora Ângela Melo, compreende que o ato realizado nesta manhã teve dois importantes objetivos: solicitar a intermediação dos deputados e sensibilizar o judiciário. “Os professores querem resolver o conflito, querem voltar ao trabalho, são quase nove mil alunos sem aula”, aponta a presidente do Sintese.
O professor Dudu Marques, presidente da CUT e um dos idealizadores do ato, acredita que só uma intervenção da Justiça pode colocar um ponto final no assunto. “A vinda dos professores para Aracaju é muito importante porque é aqui onde está localizada a grande mídia, o Ministério Público, os deputados, e assim eles conquistam mais visibilidade. Mas para este caso, chegando ao ponto em que se chegou, não existe outra solução que não seja a intervenção. A Justiça precisa afastar o prefeito, como aconteceu em Estância e Pirambu. Nestes dois municípios, só depois da intervenção é que ficou tudo resolvido”, explicou o educador.
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