Palco da arte e de parte da história sergipana, o Teatro Atheneu, ícone das artes cênicas no estado, reabriu suas portas na noite desta segunda-feira, 5, com o compromisso de continuar disseminando a cultura em Sergipe e prosseguir como testemunha do encanto e da emoção, traduzidos através da música, dança, arte circense e dramaturgia. Na presença de diversas autoridades do estado, de artistas da terra, do público e de visitantes, o governador Marcelo Déda entregou aos sergipanos o espaço totalmente reformado e equipado com o que há de mais moderno em equipamentos cênicos.
“Hoje, o nosso governo tem a felicidade de devolver ao público e aos artistas sergipanos, o teatro do Colégio Estadual Atheneu Sergipense. Essa casa de espetáculos foi totalmente restaurada, é a casa das artes cênicas do nosso estado, que guarda uma alma eterna, marcada e constituída pela memória dos eventos que ocorreram neste palco e nesta sala”, ressaltou Déda.
Apresentações dos grupos ‘A Tua Lona’ e ‘Pernas de Pau’, recepcionaram os convidados que, ao longo da noite, puderam presenciar ainda o talento dos jovens bailarinos da ‘Cubos companhia de Dança’, que antecederam a leitura dramática da peça ‘A última sessão de teatro’, interpretada pelo consagrado ator sergipano Harildo Déda, que em seguida participou do lançamento do livro em sua homenagem, ‘Harildo Déda – A matéria dos sonhos’, ao som do quarteto de cordas da Orquestra Sinfônica de Sergipe.
A reforma
Para a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, mais do que uma reforma, o que se pode presenciar com a obra do teatro foi uma reconstrução. “Nós estamos reabrindo um espaço que é guardião de uma série de elementos que caracterizam a história e a memória das artes cênicas do nosso estado. Esse, que é o primeiro espaço cênico da nossa capital e que por aqui passaram vários dos militantes e agentes da nossa cena cultural. Depois de um processo, em que não só reformamos, mas reconstruímos, com o apoio do Ministério da Cultura, este, que é o espaço do artista sergipano e que vai permitir que possamos receber tanto mais espetáculos, como atender os anseios dos nossos artistas, por isso é uma conquista muito importante para todos nós”, declarou a secretária.
O projeto de reforma trouxe melhorias como a substituição do sistema de ar-condicionado; reforma da bilheteria, administração e hall de entrada; assentamento de carpete na parte da plateia, pintura interna e externa e reforma da cobertura. O assoalho do palco e o telhado, degradados pelo tempo, também foram trocados. Houve a renovação do projeto elétrico; separação da parte hidráulica, sanitária e de esgotamento, que anteriormente era interligada ao Colégio Atheneu; e a troca do piso de mármore da escadaria de entrada.
“Uma obra pela qual, sem dúvida alguma, valeu a pena esperar. O que estamos entregando, hoje, é um novo Teatro Atheneu, é um dia de festa para o teatro e para a música sergipana, porque a mais tradicional casa de espetáculo de Sergipe volta a abrir as suas portas”, explicou o governador, recordando ainda, que foi no palco do Atheneu, onde em 1979, ele recebeu seu 1º prêmio de poesia falada, com o poema ‘Vem Comigo’, demonstrando assim, como o Atheneu faz parte da vida do povo sergipano, seja pelos grandes shows presenciados em seu palco, seja revelando talentos locais ou pelas memórias pessoais de cada sergipano em relação a este espaço.
“Esse teatro é uma janela, em que quem vem de fora olha para dentro da cultura sergipana, da produção cultural, da música, da dança e do teatro. Mas, é também uma janela para fora, para o mundo, para que os sergipanos possam conhecer artistas, peças, trabalhos produzidos pelo mundo inteiro, pois a cultura tem a necessidade de ser universal, mesmo quando se canta sua própria aldeia”, enfatizou.
Valorizando os artistas locais
O mais antigo espaço cênico em atividade na capital sergipana, desde quando foi inaugurado, em 1954, pelo então governador Arnaldo Rollemberg Garcez já recebeu peças teatrais de renome como ‘O Avarento’, de Moliére, encenada por Procópio Ferreira, ‘Piaf’, com Bibi Ferreira e ‘Quadrante', estrelada por Paulo Autran. Mas a construção do Teatro Atheneu influenciou, também, a criação de novos grupos teatrais no estado, como Amadores de Sergipe, Estudantes de Sergipe, Sociedade de Cultura Artística, entre outros.
Esta ligação íntima com as expressões dos artistas sergipanos foi ressaltada nos detalhes encontrados no teatro após sua reforma, como na fachada superior do prédio, em que painéis ilustrados homenageiam cinco grandes atores, de diferentes gerações, que brilharam no palco do Atheneu: Valdice Telles, Otto Cornélio, Mariano Antônio, César Macieira e Luíz Carlos Reis, que de forma alusiva, dão as boas vindas e convidam a população a conhecer a mágica contida dentro do prédio.
Ao presenciar o resultado da obra por qual passou o teatro, o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões do Estado de Sergipe (Sated-SE), Ivo Adnil, declarou sua alegria, como representante da classe artística, em poder contar com um espaço tão bem equipado para divulgar o trabalho dos artistas sergipanos e que possa oferecer ao público qualidade. “A nossa espera valeu a pena. Outros governos priorizaram trazer balés russos, mas o nosso balé estava aqui hoje e foi lindo. Dialogando com a Secretaria de Estado da Cultura e com sua equipe competente, já conseguimos conquistar muitas das nossas demandas, por isso agradeço a todos que contribuem com a cena artística do nosso estado. Pois fazendo isso vamos conseguir emocionar o povo sergipano para aplaudir o artista sergipano”, argumentou.
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