As polícias Civil e Militar de Sergipe, através da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Copci), das delegacias dos municípios de Japaratuba e Lagarto, da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), e do Grupamento de Ações Táticas do Interior (Gati), apresentaram na manhã desta sexta-feira, dia 7, detalhes da investigação que resultou na prisão de integrantes de quadrilhas especializadas em furto de gado em cidades do interior sergipano. Os grupos criminosos agiam furtando gado de propriedades rurais dos municípios que compõem o Vale do Contiguiba e Centro-Sul de Sergipe. Foram presas dez pessoas envolvidas com as ações criminosas e apreendidos uma caminhonete Mitsubishi L 200 e dois automóveis Fiat Strada, que eram utilizados no transporte da carne furtada.
De acordo com o coordenador operacional da Copci, delegado Jonathas Evangelista, os criminosos agiam sempre durante o período da noite ou madrugada, abatendo as cabeças de gado dentro das propriedades rurais escolhidas e efetuando o corte da carne e posteriormente o seu transporte. “Levantamentos apontaram que o grupo matava os animais e comercializava a carne em Aracaju. Até o momento constatamos o furto de 60 bovinos, mas esse número pode ser ainda maior”, explicou Evangelista.
Foram presos: Carlos Ferreira do Nascimento, 44 anos, apontado com um dos líderes, que agia diretamente nos crimes e é proprietário do açougue “O Medalhão”, localizado na avenida Nestor Sampaio, bairro Ponto Novo, em Aracaju; José Vieira dos Santos Silva, 30 anos, conhecido como “Deinha”, que agia juntamente com Carlos Ferreira na cidade de Lagarto; José Evandro da Silva, 53 anos, vulgo “Zé Vânio”, Mário Neres dos Santos, 59 anos, que atende por “Mauro”; Guimarães Anunciação, 53 anos, que chefiava o segundo grupo, seu filho Guilberton José Lima da Anunciação, 28 anos, conhecido como “Guinho”, e Josivaldo da Anunciação, vulgo “Josa”, e, na tarde desta quinta-feira, dia 6, foi preso Oderlan Santos, vulgo Lan. Todos atuavam na região do Vale do Cotinguiba.
José Nivaldo de Oliveira, 37 anos, e Manoel Vieira Brito, vulgo “Mané”, 31 anos, atuavam separadamente dos dois bandos e agiam no município de Capela. De acordo com o coordenador da Copci, delegado Fernando Melo, outros integrantes ainda faltam ser localizados e presos. Contra eles já existem mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça. “As nossas investigações ainda estão em andamento e diligências estão sendo feitas para colocarmos o resto dos criminosos atrás das grades”, destacou. Ainda segundo Melo, após a desarticulação dos grupos criminosos não houve mais registros de furtos de gado nas regiões que os bandidos atuavam. O tenente-coronel Lúcio Monteiro, do Comando do Policiamento Militar do Interior (CPMI) esteve presente na coletiva.
Prioridade
Segundo superintendente da Polícia Civil, João Batista Santos Júnior, o combate ao crime de furto de gado nos municípios do interior de Sergipe é uma determinação do governador Marcelo Deda e do secretário de segurança pública, João Eloy de Menezes, pois quem estava sofrendo com a ação desses criminosos eram os médios e pequenos proprietários rurais.
“Os índices desta modalidade de crime em Sergipe não são alarmantes. As investigações foram motivadas por prejudicar pequenos pecuaristas. As vítimas estavam sofrendo, pois não possuíam muitos animais e as poucas cabeças que possuíam estavam sendo subtraídas, fazendo com que esses produtores passassem até necessidade financeira. Uma coisa é um grande pecuarista ter furtado do seu rebanho algumas cabeças de gado, crime que seria combatido da mesma forma, mas quando o crime tem como vítima um pequeno pecuarista que tem sua única vaquinha furtada pelos criminosos”, explicou Batista.
O superintendente deixou bem claro durante coletiva à imprensa que o furto de gado em Sergipe não foi extinto. Mas ele lembrou que as recentes ações representam um grande passo para que os registros caiam para o patamar da tolerância. “Essas quadrilha foram desarticuladas e outras investigações estão em curso e com certeza em 2011 vamos melhorar ainda mais os nossos números, pois é uma preocupação”, destacou João Batista. Batista lembrou, ainda, que o combate aos receptadores será intensificado, pois as suas atitudes são ainda mais maléficas à sociedade do que a ação dos criminosos responsáveis pelo os furtos.
Apoio
Durante toda a investigação, que teve a duração de seis meses, a Polícia Civil de Sergipe teve um apoio importante do Poder Judiciário e Ministério Público. A delegada da cidade de Japaratuba, Heilliara Farias, que participou das investigações que culminaram com a desarticulação das quadrilhas, salientou a contribuição da Justiça e Ministério Público. “O sucesso das nossas ações passa pelo apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público. Esse apoio, aqui no município de Japaratuba, vem sendo observado não só nesse caso, mas em outras incursões”, salientou Heilliara
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