A Assembleia Legislativa de Sergipe, durante o Grande Expediente da sessão de hoje (28), ouviu os esclarecimentos da delegada de Polícia Civil, Danielle Garcia, chefe do Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) responsável pela Operação “Castelo de Cartas” e que teria insinuado em uma entrevista a um programa de rádio sobre a participação de algum funcionário do Legislativo no esquema desarticulado que envolvia empresas que participaram de obras em municípios do interior sergipano.
Danielle desmentiu qualquer envolvimento da AL ou de qualquer servidor da Casa na Operação e pouco foi questionada pela maioria dos deputados que mais preferiram reconhecer e elogiar seu trabalho. A convocação da delegada partiu de uma sugestão feita pelo deputado estadual Zé Franco (PDT), ao colega Gilmar Carvalho (PR) para convocar a delegada. A proposta foi aprovada por unanimidade em junho passado. O autor do requerimento almejava esclarecer todas as dúvidas e encerrar o assunto.
Ao fazer sua exposição, Danielle Garcia disse que estaria aberta a qualquer questionamento, resguardando toda e qualquer informação de caráter sigiloso, nos termos da decisão judicial proferida no curso das investigações. A delegada fez um história de sua carreira e da criação do Deotap. “Em pouco mais de dois anos de existência, o Departamento cumpriu 46 mandados de prisão, bem como indiciou quase 200 pessoas em inquéritos policiais concluídos. Ainda deu suporte para que a Secretaria do Estado da Fazenda arrecadasse, aproximadamente, R$ 60 milhões combatendo a sonegação fiscal”.
Falando diretamente da Operação Castelo de Cartas, Danielle Garcia disse que “após a Operação, concedemos uma entrevista coletiva e foi concedida uma entrevista a uma emissora de rádio onde fui questionada sobre a lotação de um dos presos, oportunidade em que respondi que o mesmo era lotado na Assembleia Legislativa, como de fato era. Frise-se, no entanto, que, apesar disso, não há sequer uma evidência nas aproximadamente cinco mil páginas dos autos do Inquérito Policial que macule a imagem desta Casa”.
“Preciso ser clara em dizer que nem todas as obras realizadas pelas pessoas presas ou empresas investigadas encontram-se eivadas de irregularidades, bem como não posso afirmar que mesmo atuando em conluio, essas empresas contavam com a colaboração de agentes públicos em todas as suas atuações criminosas. O inquérito policial referente à Operação Castelo de Cartas está sob segredo de Justiça, não cabendo a mim mais nenhum pronunciamento a respeito. O mesmo foi devidamente concluído e encontra-se atualmente com o Ministério Público para fins de denúncia. O que pode ser dito é que existem desdobramentos e que tudo será investigado com o mesmo afinco e rigor de sempre”, completou a delegada.
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