O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na manhã de hoje (01), para rebater as críticas do líder do governo na Casa, deputado Francisco Gualberto (PT), ao seu colega de bancada, deputado Augusto Bezerra (DEM) e ao ex-governador João Alves Filho (DEM). Venâncio diz que o petista tenta descaracterizar as denúncias da oposição. O parlamentar disse que a Saúde de Sergipe atravessa uma situação de caos e colocou que “é muito difícil defender o indefensável”.
Ao iniciar seu pronunciamento, Venâncio disse que nunca viu tanta má vontade com o ex-governador João Alves Filho. “Gualberto acusa João Alves até pelo o que ele não fez! O que tiver de ruim desde o descobrimento de Sergipe ele quer associar ao negão. Por mais má vontade que tenha, o deputado pode até não gostar, mas não pode deixar de reconhecer a história de luta e de trabalho desse homem público”.
Em seguida, o líder da oposição disse que “não há como negar que a Saúde de Sergipe está um caos! Se não fosse o Hospital João Alves o que seria da Saúde desse Estado? A Prefeitura de Aracaju entregou duas obras eleitoreiras, dizendo que eram hospitais, mas que hoje nem essa nomenclatura possuem mais. O Hospital João Alves é uma obra estruturante. Já as Clínicas de Saúde da Família que tanto propagam não tem uma funcionando a contento. Está lá o prédio, mas faltam médicos, remédios. Se funcionassem, assim como os hospitais no interior, a Saúde não estaria dessa forma”.
“A má vontade de Gualberto com João Alves é tão grande que ele acusa o ex-governador de fechar o hospital de Ribeirópolis. Quem fechou a unidade de Saúde foi o governo do PT para transformar em uma Clínica de Saúde e que até hoje não funciona. Disse que João Alves foi o responsável pela quebradeira do hospital de Estância. Quem abandonou foi o governo de Albano Franco (PSDB). Sobre o parque dos Cajueiros, construído no governo de Valadares (PSB), ele esquece que passaram oito anos do governo de Albano. Mas ele só fala do negão!”.
Venâncio provocou Gualberto dizendo que “vossa excelência é o maior marketeiro de João Alves Filho. Quero agradecer em nome do ex-governador. Porque Gualberto bate no negão dia e noite e ele continua crescendo. Não adianta fazer essa linha de querer descaracterizar o discurso da oposição. O deputado Augusto Bezerra trouxe um calhamaço de documentos do Tribunal de Contas, mostrando a quantidade de contratos por dispensa de licitação ou por inexibilidade feitos pela Fundação de Saúde”.
“Normalmente você faz um levantamento de quanto de medicamento você vai necessitar, uma média e faz um planejamento. Podem existir falhas, mas o problema é que esse governo não planeja nada! Faltam projetos. A coisa piorou nesse segundo governo. Já estão discutindo as chapas de 2014 e 2018. Isso é resultado de um governo fraco, ruim e sem projetos. É todo mundo desestimulado. Uma moleza! Esse governo acabou! Você sente isso no semblante das pessoas. Basta olhar para a bancada do governo aqui na Casa. Ociosa!”, criticou.
Venâncio finalizou seu discurso lembrando-se da análise feita pelo secretário geral do Sindimed, Luiz Carlos, sobre as Fundações de Saúde. “Ele foi genial ao definir as Fundações: eu, fiscalizando eu, prestando contas a eu! Fantástico! Será que eu vou dar um parecer contra eu? Ainda apresentam um ofício questionado se precisa ou não prestar contas do dinheiro público que recebe. Olha é muito difícil defender o caos em que a Saúde se encontra”.
“Na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes tem bebê até no teto. É superlotação, é falta de medicamentos e de materiais. Como defender uma maternidade de alta complexidade que não tem médicos? É difícil encontrar argumentos para defender uma tragédia dessas! Segundo a denúncia os bebês passam 24 horas sem assistência médica. Estão improvisando para salvar vidas. Segundo outra denúncia os médicos têm que escolher as vidas que vão salvar”, completou o líder da oposição, sendo aparteado pelos deputados Francisco Gualberto, Arnaldo Bispo (DEM) e Goretti Reis (DEM).
Micareta Picareta – Venâncio disse que Gualberto confunde a opinião pública sobre a questão da “Micareta Picareta”, ou seja, o processo contra o então prefeito de Aracaju e hoje governador Marcelo Déda (PT) que, antes de deixar a PMA, promoveu uma série de inaugurações com a realização de shows artísticos.
Venâncio diz que o governador foi absolvido sim, mas do julgamento político na Justiça Eleitoral. “Há uma diferença grande. Quero o julgamento das contas da Micareta Picareta no TCE. Quero saber se elas são legais ou ilegais. Mas Déda era prefeito, se elegeu governador, se reelegeu e o processo está guardado em uma gaveta no TCE, de quem eu não sei. Agora, se pegar dinheiro da saúde e pagar show for normal, aí vai virar baderna. Não estou dizendo que o dinheiro foi roubado, mas que houve desvio de finalidade. Quero saber se as contas são legais ou não. E, se eu estiver mentindo, que o TCE emita uma nota e me desminta”, desafiou.
Professores – Venâncio também fez uma saudação aos professores de Salgado que se encontravam nas galerias da Casa reivindicando o pagamento do piso nacional da categoria. “Os professores estão aqui para reivindicar o cumprimento de uma lei. Infelizmente nós moramos em um País onde existem leis, mas as pessoas acham que estão acima dela. Esses profissionais estão reivindicando seus direitos porque os municípios não estão pagando. E o pior exemplo quem deu foi o governo do Estado”, concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário