Na manhã desta sexta-feira, 9, o governador Marcelo Déda conheceu a plataforma de sondagem da empresa Rio Verde Minerals, em São Cristóvão. Único produtor de potássio do país, Sergipe atrai investimentos da mineradora canadense, que possui ativos do minério nos municípios de São Cristóvão, Capela, Nossa Senhora de Socorro e Aracaju. Durante a solenidade, Déda ressaltou que o estabelecimento da empresa ampliará a participação do estado na produção nacional de fertilizantes agrícolas.
“A produção de potássio potencializará nossa economia, fortalecerá a infraestrutura econômica do Estado e gerará mais emprego para os sergipanos. Além disso, criará as condições para ampliar nossa participação na produção de fertilizantes no Brasil, já que temos potássio e nitrogênio. O único elemento que importamos para as empresas fazerem o beneficiamento e venderem fertilizantes para o Brasil inteiro é o fosfato”, disse, Déda.
Atualmente, o Brasil produz 10% dos insumos utilizados no agronegócio e na agricultura familiar. A descoberta de novas minas de potássio em Sergipe reduzirá a dependência externa. “Não se produz alimentos sem fertilizantes e não podemos ficar vulneráveis nessa área. A única alternativa de curto prazo para reduzir a dependência externa de potássio é a Carnalita sergipana. Somos o único estado produtor de potássio, portanto, para aumentar a produção e garantir a segurança do agronegócio e da agricultura familiar no país, necessariamente tem que passar por Sergipe”, afirmou.
Déda pontuou a importância do extrativismo mineral para a economia do Estado, que chega a 40% do Produto Interno Bruto industrial local. “Esse é um momento importante para a economia de Sergipe porque significa uma nova fronteira na exploração de potássio. Sabemos que há uma grande área já explorada pela Vale. Agora, novas áreas estão sendo pesquisadas e investidores estrangeiros estão vindo buscar essa riqueza. A Rio Verde Minerals inicia seu primeiro furo. Estamos na fase preliminar, de identificação de jazidas e quantificação de mineral em cada uma das jazidas. Quando começar a operar, a atividade irá produzir recursos, movimentar a economia, arrecadar tributos e gerar empregos numa área que Sergipe tem vocação, já que 40% do PIB industrial sergipano é resultado da indústria extrativista”, discursou Marcelo Déda.
De acordo com o presidente da Rio Verde Minerals, Luís Maurício, a empresa está perfurando o primeiro poço de três previstos no Projeto Sergi, para definir o tipo de material disponível na região. Nesta etapa, cerca de 50 empregos foram gerados. A expectativa é iniciar a produção em cinco anos. “Sergipe reúne características geológicas e infraestrutura. Fatores fundamentais para a instalação da Rio Verde aqui. Somos uma empresa cujo objetivo é identificar jazidas minerais e desenvolver essas jazidas. Estamos em Sergipe há dois anos, desenvolvendo pesquisas e estudos e operamos também nos estados do Pará e Ceará”, disse.
O primeiro poço possui 1.350 metros de profundidade e ocupa uma área de 5.625 m². Maurício informou que, inicialmente, a empresa esperava encontrar uma jazida com 30 metros de mineralização – o que equivale a 300 milhões de toneladas de potássio -, e foram localizados 80 metros de mineralização.
“Sergipe tem uma bacia muito fértil para sais. Encontramos aqui infraestrutura, logística e um governo que incentiva os investimentos privados. Temos 13 alvos para serem explorados no Estado, um investimento de R$ 40 milhões. Atualmente, o Brasil importa cerca de R$ 5 bilhões de potássio da Rússia e do Canadá, o que encarece o produto. Considerando o potencial da mina encontrada, Sergipe será destaque na produção de potássio. Nossa expectativa é iniciar a produção em cinco anos, podendo gerar até 500 empregos”, informou.
Carnalita
Com a instalação da mineradora canadense, Sergipe desponta como pólo de produção de fertilizantes capaz de atender a crescente demanda agrícola do país e reduzir as importações do produto. “A outra fonte de potássio fica na Amazônia e sua extração exige altos investimentos tecnológicos para alcançar a jazida e para preservar o meio ambiente. Então, só há uma alternativa para o Brasil reduzir sua dependência na importação desse mineral: ou passa por aqui, ou quem vai pagar é o Brasil. Por isso, transformamos o projeto Carnalita numa das principais bandeiras do desenvolvimento econômico e há quatro anos nos reunimos com os dirigentes do Governo Federal, da Vale e da Petrobras para explorar a carnalita”, discursou Déda.
Além da jazida de São Cristóvão, Sergipe possui reservas de potássio em Rosário do Catete, na mina Taquari-Vassouras, pertencente à Petrobras e explorada pela Vale. Na última quarta-feira, 7, o jornal Estadão publicou matéria informando sobre a conclusão de um acordo entre as duas empresas, o qual permitirá que a mineradora continue produzindo potássio no campo da Petrobras em Sergipe. Atualmente, a Vale é a única produtora de potássio no país, com capacidade anual de 750 mil toneladas na mina de Taquari -Vassouras.
A Vale continua discutindo com a Petrobrás a possibilidade de produzir potássio na mina de Carnalita, no município de Maruim, também localizada em território sergipano e igualmente da petrolífera. Quando entrar em operação, o projeto Carnalita será a maior planta de extração de potássio do Brasil, com produção inicial estimada em 1,2 milhão de toneladas métricas anuais de potássio.
O diretor da Rio Verde Minerals, Luís Maurício, corrobora o potencial produtivo da bacia sergipana. “Com o projeto Carnalita e as ações da Rio verde e de outras empresas, acredito que podemos reduzir as importações de potássio em 50%”, estimou.
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