quarta-feira, 17 de março de 2010

USINA NUCLEAR E O TIRO NO PÉ DE DÉDA.

O aval que o governo Déda dá à implantação aqui de uma usina nuclear pode ser um tiro no pé do político Déda num ano eleitoral. Há dois anos o tema vem sendo tratado com discrição, associado apenas às imagens de Albano, que quer se credenciar megainvestidor no negócio, e de Wanderlê Correia, que estuda os perigos desse tipo de empreendimento e contesta.

No dia 4 o Governo de Déda levou a Angra dos Reis comitiva de 29 sergipanos como forma de debater o tema e amaciar o terreno. Claro: a Eletronuclear fez as maiores mesuras e muitos da comitiva voltaram tendentes a apoiar. O governador, que já tinha ponto de vista favorável, estava presente e cresceu em suas convicções.Por aqui cresceram também reações e indicativos de que ter ou não em Sergipe usina nuclear já é pauta dura de campanha. "É algo criminoso. Vou tocar fogo nesse assunto. Acho que tem muita coisa por trás dessa defesa do governador e não é só o lixo radioativo. Não entendo esse discurso do Déda: ele, que nada fez contra a transposição do São Francisco, quer agora fazer do nosso estado uma Chernobyl”, protestou o deputado Mendonça Prado na terça.

“Somos contra. Há outras alternativas de se buscar energia. E porque esta tecnologia ainda oferece alto grau de risco e o benefício não compensa os prejuízos”, reage Arivaldo, pré-candidato do PSDC ao governo. “Dá discurso aos oponentes, completa.

Mendonça vai mais longe: acha que Déda agiu ao arrepio da lei ao gastar recursos públicos com viagem para tratar de tema que a Constituição estadual proíbe – ela veta a implantação desse tipo de usina. “O Ministério Público deve agir”, provoca. “Considero que Déda, como administrador, fez uso indevido das finanças públicas para uma viagem cujo motivo é vedado pela Constituição. É competência de PM analisar todo o mau uso do dinheiro público, e não deve ser diferente neste caso”, emenda Arivaldo.

Nilson Lima, pré-candidato do PPS, é mais conciliador, mas no final recrimina a movimentação de Déda. Apesar de achar a “energia nuclear suja”, entende que o Governo Federal acena com a possibilidade de usinas virem para o Nordeste, Sergipe deve, sim, se abrir ao debate. “Mas o método de Déda está completamente errado. Afinal, em 2007 ele fez um juramento de respeitar a Constituição. Creio que ele não fica bem perante a opinião pública”, diz. Como se vê!

Fonte: Cinform (Jozailto Lima)

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