O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na tarde de hoje (8) para cobrar do governo do Estado mais investimentos na Educação pública. Segundo o parlamentar, o último levantamento da Secretária de Educação revelou que das 397 escolas da rede Estadual, apenas 119 iniciaram o ano letivo. “Nós estamos chegando na metade do mês de março e muitas escolas estão sem funcionar. Mais de 70% das escolas estão sem aula. Isso é um absurdo”, criticou o deputado.
Venâncio disse que a situação é preocupante e que o Sintese (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe) tem que estar mais ativo a esta situação para cobrar mais do governo do Estado. É uma situação de vexame. Muitos alunos foram informados que as aulas da rede pública iam começar no dia 22 de fevereiro, mas tiveram que voltar para casa porque as escolas não tinham merendeira e vigia. É um governo devagar, sem pressa...”.
O deputado declarou que se a Educação encontra-se deste jeito, áreas como a Saúde e a Segurança Pública, devem estar bem pior. “Muitas destas escolas estão caindo. Enquanto isso, no Diário Oficial do Estado, a Educação gasta R$ 822 mil apenas para pagar despesas com hotel. E as escolas desse jeito. Essa propaganda enganosa do governo, dizendo que Sergipe tem uma Educação de 1º mundo, deveria ser denunciada. Inclusive sobre a quantidade de alunos aprovados na Universidade Federal. Tudo graças as cotas. Como é que um aluno da rede pública vai competir com um da rede privada, com as escolas estaduais desse jeito? A deputada Ana Lúcia (PT), que tanto cobrou e foi respeitada e ouvida por outros governos, que nos ajude nesta luta”, cobrou.
O deputado estadual Antônio Passos (DEM), em aparte, lamentou o fechamento das turmas do Colégio Estadual Atheneu Sergipense, no turno noturno. “Moro a 100 metros do Colégio e sempre vi aquela briga quando das matrículas. Em 140 anos, o Atheneu sempre foi uma escola de referência do governo do Estado e eu não entendo como é que foram encerradas as aulas em determinadas turmas naquele colégio. Ele sempre foi o mais procurado da rede estadual. No passado, o Colégio era o que mais aprovava estudantes na UFS”, lamentou.
Segundo Passos, o governo do Estado promoveu um concurso público para merendeiras e serventes. “Alguns aprovados foram nomeados, mas os demais ajuizaram ações no Ministério Público do Trabalho e do Estado porque estavam fazendo contratações nos lugares dos nomeados. A secretaria se comprometeu em não mais nomear contratados. No fim os alunos é que acabam sendo penalizados”, completou.
O deputado Augusto Bezerra (DEM) revelou que, no povoado de Santa Rosa do Ermírio, o colégio estadual conta com apenas dois professores. “Em Pedrinhas faltam merendeiras, vigilantes, professores e auxiliares administrativos. Em várias cidades, à noite, os alunos têm apenas uma ou duas aulas e, depois, os adolescentes ficam à mercê das drogas. A Comissão de Educação desta Casa tem que agendar visitas às escolas. Enquanto toda escola faz reformas durante as férias, o governo espera o período letivo se iniciar para falar em obras. É um descaso com a Educação”, lamentou, sendo acompanhado pela também deputada Goretti Reis (DEM).
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