Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, contribuir para um ambiente sustentável, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedurb), por meio da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), concluiu o sistema de esgotamento sanitário no município de Barra dos Coqueiros, em parceria com o Governo Federal
A obra, que integra o sistema de esgotamento sanitário da Grande Aracaju, faz parte do primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I) e recebeu investimentos no valor de R$ 15.243.974,24. O seu conjunto compreende 34 km de rede coletora de esgoto e 3 km de emissários, quatro estações elevatórias e uma estação de tratamento, cuja finalidade é retirar os dejetos da água, tratá-la e, em seguida, lançá-la em rede de drenagem pluvial.
Para o diretor técnico da Deso, engenheiro Carlos Melo, a obra dará uma contribuição ímpar na vida dos moradores da Barra dos Coqueiros. “Atualmente, todo o sistema está funcionando em fase de teste. A rede de esgoto atende 4.534 ligações domiciliares e beneficia, aproximadamente, 16 mil famílias que, a partir de agora, terão uma melhor qualidade de vida, uma vez que as doenças oriundas de dejetos sanitários serão reduzidas. Uma característica desse tipo de obra é que, apesar de ser de extrema relevância para a população, é algo que não é tão visível, visto que, à exceção da Estação Elevatória 3 e da Estação de Tratamento, o restante do serviço fica embaixo do solo”, ressaltou.
Para o secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Antonio Sérgio Ferrari Vargas, o Sistema de Esgotamento Sanitário é um passo avante no desenvolvimento sustentável do Estado. “O Governo de Sergipe foi muito feliz ao pleitear essas obras e incluí-las no Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal. A população da Barra dos Coqueiros é a primeira a ser beneficiada, no entanto, muito em breve, os moradores da capital sergipana e das cidades de São Cristóvão e Nossa senhora do Socorro serão atendidas por um sistema semelhante. Somente Aracaju saltará de apenas 33% de rede coletora de esgoto para 71% após esse conjunto de obras. É um marco histórico desta administração o investimento em esgotamento sanitário, que proporcionará mais saúde para a população sergipana”, destacou Ferrari.
A obra
De acordo com o Técnico Industrial da Deso, Vandermuri Carvalho, o Sistema de Esgotamento Sanitário da Barra dos Coqueiros se divide em quatro bacias: Estações Elevatórias I, II, III, IV e a Estação de Tratamento. “Cada uma delas recebe a rede de esgoto correspondente a uma determinada área da cidade. A EE-1 fica situada na praça principal do Conjunto Prisco Viana e tem 12 km de rede. A EE-2 fica localizada no centro da cidade e tem 4,5 Km de rede coletora. A EE-4 está situada entre os Loteamentos Olimar e Marivan, e tem 8 km de rede coletora”, explicou
Ele acrescentou ainda que, das quatro estações, a EE-3 é a principal delas. “Localizada no Loteamento Marivan, possui seis metros de profundidade. Além de receber 12 km de rede de esgoto da área, ela absorve as contribuições das outras três estações e é responsável pelo bombeamento de todas elas. A EE-3 recebe a água com os dejetos, puxa, eleva, bombeia e envia para a estação de tratamento de esgoto”, exemplifica Vandermuri.
Preocupação com o meio ambiente
Segundo o Técnico Industrial da Companhia de Saneamento de Sergipe, Antonio Carlos Góis, este é o elemento primordial do Sistema de Esgotamento Sanitário. “A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) é responsável por receber todo o esgotamento domiciliar das quatro estações elevatórias, tratá-lo e, em seguida, lançá-lo no canal pluvial do rio Sergipe, livre das impurezas”, conta.
Ele diz que os equipamentos instalados na Estação são modernos e com ampla funcionalidade. “A EET dispõe do Sistema Digestor Anaeróbico de Fluxo Ascendente (Dafa), que consiste num sistema de tratamento anaeróbico (sem oxigênio) e aeróbico. Esse sistema impede a passagem dos dejetos para o solo, evitando que os possíveis lençóis freáticos existentes sejam afetados e a natureza prejudicada”, reitera Antonio Carlos.
Processamento
Antonio Carlos descreve a realização do processo. “Na estação, o esgotamento recebido pelas estações I, II e IV e depois bombeado pela Estação III, passa pela tubulação e é enviado para a câmara de carga que redistribui para os quatro módulos de Dafa. Em seguida, os dejetos vão para o adensador de Lôdo. Este, por sua vez, os envia para o Leito de Secagem, que possui as caixas divisórias de fluxo. Logo após, a água vai para o reator aeróbico, onde, através de motores, são injetados oxigênio para concluir o processo de tratamento. Posteriormente são adicionados produtos químicos para que haja a desinfecção e, só então, seja lançado no canal pluvial do Rio Sergipe”, detalha o técnico.
Todo o sistema operacional da Estação de Tratamento de Esgoto é automático, no entanto, o processo é acompanhado pelo operador Marcelo Souza. “O trabalho executado por mim consiste na operação da estação elevatória, limpeza do gradeamento, manobras no descarte de lodo e nas comportas. Além dessas atribuições, faço a medição do afluente e a checagem da qualidade do efluente lançado (esgoto tratado) e, por fim, a regar o jardim e do cinturão verde de eucalipto”, revela Marcelo.
O cinturão verde citado pelo operador consiste em diversos pés de eucalipto plantados em volta da ETE. “As árvores foram plantadas para evitar que o odor emitido durante o processo de tratamento afete as residências próximas. O tratamento tem capacidade de anular a presença de impurezas, matéria orgânica e agentes patogênicos, atingindo 95 a 100% de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), o que garante uma drástica redução nos elementos nocivos lançados na natureza, causando um impacto ambiental de proporções mínimas. Vale ressaltar que é feita uma coleta frequente a fim de verificar a qualidade da água que é lançada”, justifica o diretor técnico Carlos Melo.
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