sexta-feira, 28 de outubro de 2011

VENÂNCIO: "MARCELO DÉDA ATROPELOU EDUARDO AMORIM".

O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estaudal Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna no final da manhã de ontem (27), para rebater o pronunciamento feito um pouco antes, pelo líder do governo na Casa, deputado Francisco Gualberto (PT). Diante da ausência do deputado Augusto Bezerra (DEM) da sessão, Venâncio fez a defesa do colega de bancada e disse que não vai aceitar que o petista tente desqualificar o discurso e o trabalho da oposição. O deputado também tratou da conquista de Sergipe quando o ministro da Saúde liberou recursos para a construção de um Hospital do Câncer no Estado.

Ao iniciar seu discurso, Venâncio disse que trataria da vinda do ex-ministro José Dirceu a Sergipe, prevista para a próxima semana, mas diante do tema “Hospital do Câncer” se viu obrigado a mudar o pronunciamento. “Eu ia tratar sobre o chefe da máfia do mensalão, José Dirceu, que conforme o noticiário sergipano virá a Sergipe para dar sustentação à pré-candidatura de Silvio Santos (PT). Se brinca o chefe da máfia terá toda regalia, com jatinho particular, almoço no palácio e tudo mais. Mas trato desse assunto em outra oportunidade”.

Já se reportando ao pronunciamento do líder do governo, Venâncio disse que “um dos maiores críticos da área da Saúde, o deputado Augusto Bezerra, tem feito um grande trabalho denunciando mazelas deste governo e fiscalizado a aplicação do dinheiro público. E o deputado Francisco Gualberto veio hoje para desqualificar o trabalho da oposição e isso nós não vamos admitir. Ele diz que uns falam e outros trabalham. Não tem gente mais ‘gogozeira’ do que esse pessoal do PT. Os petistas não gostam de trabalhar, não são afeitos ao trabalho. Nesse aspecto ninguém pode botar defeito”.

Em seguida, Venâncio disse que “eu acho que a bancada governista não entendeu bem, mas o deputado Francisco Gualberto fez um discurso aqui para desqualificar o trabalho do senador Eduardo Amorim (PSC). Ele fala que o governo tinha o projeto do Hospital do Câncer, da mesma forma que tinha o da Arena do Batistão e o da linha vermelha, prometidos na campanha eleitoral. Detalhe: está tudo esquecido na gaveta! Déda vai para o segundo mandato, são quatro anos e 10 meses e o governador de Alagoas, do PSDB, conseguiu liberar mais recursos federais que ele. Ou é falta de competência administrativa ou falta a esse governo projeto e planejamento ou é falta de prestígio político mesmo!”.

“Quero lembrar a todos aqui que quem encampou esta luta do Hospital do Câncer foi o senador Eduardo Amorim enquanto que o governador dormia em berço explêndido. Se Amorim não levantasse a campanha, recolhendo assinaturas, de município e município, essa conquista não sairia. Como um governo, com tudo na mão, não conseguia colocar isso em prática? Ia ficar feio! Pena que esse governo só trabalhe no empurrão. Há mais de três meses que o senador Eduardo Amorim tentou conseguir essa audiência com o Ministro da Saúde e não conseguia. Até que ficou agendado para novembro. Aí, para tirar o brilho de Amorim, o governador foi na frente. Déda atropelou Eduardo Amorim”, acrescentou o líder da oposição.

Venâncio chamou atenção da bancada de partidos que são liderados pelos irmãos Amorim. “O governador foi para a audiência e sequer convidou (Eduardo) Amorim! Pasmem! O senador não foi nem comunicado! Mas o pior ainda está por vir: depois que saiu da audiência, pouco tempo depois, Déda encontrou Amorim e não tocou no assunto! É uma tremenda falta de atençãocom um senador da República eleito na coligação e quetinha abraçado essa bandeira do Hospital do Câncer. Isso é uma deslealdade política!”, retrucou.

O líder da oposição voltou a tratar das denúncias proferidas por Augusto Bezerra. “O deputado trouxe a verdade, trouxe um documento assinado por 38 médicos e com todas as páginas rubricadas. Se tem médico ‘abrindo do pau’, se tem médico que não aguenta a pressão do seu governo, aí é outra coisa! E era para camuflar as denúncias, as mazelas da Oncologia do Hospital João Alves? Será que tem médico já querendo retirar a assinatura? Déda se autonomeou secretário da Saúde e a situação piorou”.

“O deputado Gualberto pediu que desse tivesse piedade das almas daqueles que fazem oposição ao governo. Deus tem é que tomar conta das lamas dos pobres que estão nas portas dos hospitais, por falta de medicamentos, de macas e de atendimento. Tem um assessor de imprensa no hospital, um tal Castilho, que participa todos os dias dos programas no rádio. Quando ele vem eu já digo: lá vem nota de falecimento! Ele fica solidário com a família do falecido. A desculpa é sempre essa! Quero dizer aqui que existiam mazelas no governo de João Alves e se elas não foram denunciadas a culpa é da oposição da época, inclusive do deputado Francisco Gualberto”, acrescentou.

Venâncio concluiu dizendo que o governo deve ter humildade para reconhecer as mazelas da Saúde. “Gualberto falou em politicagem. Quem faz política com a Saúde é o governo dele! O governo dele prometeu uma saúde de primeiro mundo, mas que concede atestados de óbito ao povo pobre. Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Reconheçam que a Saúde não vai bem, não tentem esconder a realidade. É o governo de Gualberto que comete estelionato eleitoral com aquelas propagandas enganosas e irritantes. Só acreditam naquilo os turistas”.

“Basta você olhar o semblante dos deputados da bancada do governo. Não existe mais governo. Todo mundo está na espera para que 2014 chegue logo. É uma bancada triste, sem ânimo! E esse pessoal não vai suportar tanto tempo. Todo mundo tem um grau de paciência. O deputado Zé Franco (PDT) fez um aparte bonito falando de unidade. Que unidade? Zé prega a unidade, mas eles não querem. O senador levanta a bandeira, fez a campanha, colheu as assinaturas e fica de fora da audiência com o ministro sobre o Hospital do Câncer? Já fui líder do governo e sei o quanto é difícil. Mais complicado ainda é defender o que a gente não acredita. Se defender o governo é ruim, imagine defender o desgoverrno!”, concluiu Venâncio, sendo aparteado pelos deputados Arnaldo Bispo (DEM), Goretti Reis (DEM) e Francisco Gualberto (PT).

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