O prefeito Edvaldo Nogueira visitou na manhã de ontem, 27, a balaustrada da avenida Beira Mar na altura da curva do Iate Clube de Aracaju, um dos locais onde é mais visível o nível de avanço da maré. Nos últimos anos, e mais especificamente na última semana, as ondas vêm ficando mais fortes, chegando a praticamente a invadir a pista e gerando apreensão nos aracajuanos. A intenção da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) é chegar a uma solução definitiva para o problema.
O prefeito estava acompanhado de uma equipe da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), da qual fazia parte o presidente do órgão, Osvaldo Nascimento, do secretário municipal de Comunicação, Marcos Cardoso, e do vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Silvio Santos. A Prefeitura vem acompanhando com preocupação a elevação do nível do mar, que também tem afetado outras áreas da capital. Há alguns anos, a Emurb já vem implantando medidas paliativas, visando principalmente minimizar os efeitos da maré e a erosão da mureta de proteção.
Edvaldo Nogueira explicou em entrevista coletiva à imprensa que o primeiro passo para chegar à solução definitiva para o caso foi a contratação de uma consultoria. Nos próximos 90 dias os técnicos farão uma análise completa da área. A partir disso, o projeto da obras que fará proteção da muralha será licitado. “Enquanto isso, fazemos a manutenção, um trabalho que visa evitar a erosão, especialmente cimentando a mureta. Imediatamente o risco é pequeno, mas temos que tomar todas as precauções, todos os cuidados, para que possamos não ver nenhum problema grave”, explica o prefeito.
Motivos
O chefe do executivo municipal acrescenta que há alguns fatores que podem explicar o avanço da maré, dentre eles a barreira de proteção para o mangue do bairro 13 de Julho ou o molhe construído na Atalaia Nova. “Todo local que tem no seu entorno entrada de rio e mar é vulnerável, pois a maré muda de posição com o tempo. Talvez a proteção que fizeram para o mangue tenha trazido as águas, ou o quebra-mar da Atalaia Nova. Vamos fazer um estudo profundo para detectar as razões e agir”, completa Nogueira.
A explicação do prefeito é endossada pelo engenheiro Armando Bezerra, um dos integrantes da equipe multidisciplinar que fará os estudos. Ele acrescenta que o estreitamento na entrada da foz do rio Sergipe elevou o nível da água, decorrendo no avanço da maré. “É como se espremessem o canal, o que elevou o nível de água. A dinâmica do mar é essa: acumula e retira. Acumula com assoreamento e retira na erosão. É um equilíbrio natural. A urbanização é quebra essa dinâmica”, aponta o técnico.
Projeto
O presidente da Emurb, Osvaldo Nascimento, explica que a instituição já vislumbra algumas possibilidades do que deve ser feito na região. Ele refuta qualquer hipótese de aumentar o tamanho da mureta de proteção e reforça que não há qualquer risco de desabamento no local. “A solução é amortecer essa energia que vem no estuário, para evitar que essa água passe da altura da mureta. Se aumentarmos mureta, vamos tirar a visão do estuário, da natureza, e nós queremos preservar isso”, pondera.
Nascimento ressalta, ainda, que a ideia central do que será feito será apresentada ao prefeito ainda nesta quinta. “Nós temos uma solução mais adequada, face a outras que nos foram mostradas. Essa proposta será apresentada ao prefeito e ele deverá bater o martelo para que haja a contratação desses estudos técnicos”, explica. A previsão é de que a proteção da muralha custe aos cofres públicos R$ 5 milhões. Os recursos devem ser captados junto ao Governo Federal.
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