Foto: Bruno César
A nova Unidade Pediátrica José Machado de Souza, inaugurada na tarde da última quinta-feira, 24, pelo Governo do Estado, representa um marco na assistência infantil em Sergipe. Fruto de um investimento de R$ 450 mil, aplicados na aquisição de equipamentos e na reforma, ampliação e adequação da estrutura física, a nova unidade, que integra os serviços disponibilizados pelo Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), consolida um novo padrão de atendimento à crianças no estado, focado na humanização da assistência, como pode ser comprovado visualmente na própria estrutura física, e na resolutividade dos casos.
“Só para se ter ideia da importância que esta unidade tem para rede estadual, ela é a única de todo o estado, entre os hospitais públicos e privados, a contar com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivamente para crianças”, ressalta José Edvaldo dos Santos, diretor Operacional da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), entidade responsável pela administração do serviço.
Outra importante característica da unidade concerne à capacidade instalada para acolher os casos mais graves envolvendo crianças. Atualmente, o Huse destina algo em torno de 25% do seu total de leitos para assistência infantil. Ou seja, dos 490 leitos hoje existentes no hospital, 121 estão na unidade pediátrica, sendo 58 destinados à enfermaria e os demais aos atendimentos de urgência e emergência.
Para o diretor operacional da FHS, o percentual representa um grande ganho na cobertura da assistência pediátrica em Sergipe, onde cerca de 23% da população tem até 14 anos de idade. Isso corresponde a um total de 461 mil crianças. Destas, vale destacar, cerca de128 mil estão residentes em Aracaju. (Números disponibilizados pelo Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE).
“Agora, com uma melhor estrutura, passaremos a ter uma taxa de ocupação maior. A unidade estará aumentando em cerca de 30% o número de atendimentos à crianças. Em contrapartida, a permanência do paciente será muito menor, graças ao acesso a todos os recursos terapêuticos que o Huse estará dispondo para o serviço pediátrico”, explica José Edvaldo, lembrando que até então o serviço vinha funcionando improvisadamente na antiga Maternidade Hildete Falcão Batista.
A expectativa da FHS, acrescenta Edvaldo, é que com a garantia da utilização de todo recurso diagnóstico, a exemplo de tomógrafos e eletrocardiogramas que estarão a disposição dentro do hospital, a unidade passe a operacionalizar uma maior rotatividade de leitos. “Isso quer dizer que os leitos serão mais resolutivos”, complementa.
Ambiência
O principal impacto esperado na assistência infantil, com o funcionamento da nova unidade, está na implementação dos dispositivos específicos da Política Nacional de Humanização, como o Acolhimento com Classificação de Risco, a implantação da Clínica Ampliada e a visita aberta.
“Da maneira como estava, com o serviço funcionando sem a estrutura física adequada, a gente não tinha como montar a infraestrutura adequada para estes dispositivos”, observa o diretor geral da FHS, Emanuel Messias, acrescentando que a humanização na assistência vai desde o acolhimento na porta de entrada da unidade até o próprio padrão arquitetônico do prédio.
“Os banheiros foram montados pensados especificamente para crianças, os acompanhantes ganharam poltronas especiais ao lado dos leitos, as paredes foram plotadas com figuras e personagens infantis. Ou seja, até os ambientes que para as crianças são mais hostis, como a sala de procedimentos, onde será feito o acesso venoso e os pequenos curativos, a ambiência adequada com recursos visuais lúdicos permite que a criança não sinta o impacto da doença de maneira mais dura”, enfatiza Edvaldo Santos.
De acordo com o coordenador de Infraestrutura da fundação, Eduardo Carvalho, o zelo e o comprometimento da equipe da FHS fizeram a diferença na conclusão da reforma.“Esta é a primeira obra que a Fundação Hospitalar de Saúde supervisiona e executa. Em todo processo de adequação do prédio pensamos exclusivamente nas condições das crianças, como uma forma de tornar o ambiente mais familiarizado”, destacou.
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