Foto: Arthur Soares
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) realizou na manhã desta segunda-feira, 20, uma reunião ampliada sobre formulação do Diagnóstico Florestal de Sergipe, documento a qual se encontra em fase final de elaboração e que está sendo desenvolvido pela própria Semarh em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Sustentável do Araripe (Fundação Araripe), com apoio de Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Caatinga do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A reunião aconteceu no auditório da Codise.
Durante a exposição foram apresentados os dados de levantamento de mapeamento de vegetação nativa e do consumo, fluxo e demanda de produtos e subprodutos florestais do Estado de Sergipe. O estudo e levantamento das informações apresentadas deram início em maio desse ano.
De acordo com o engenheiro florestal e consultor da Fundação Araripe, Eliseu Rossato Toniolo, os dados apresentados mostram quantitativos de manchas de vegetação, entre essas da Mata Atlântica, Caatinga, transição e cerrado. Segundo apontou os dados numéricos do diagnóstico, o Estado apresenta-se hoje com apenas 13% de toda a sua vegetação.
Eliseu explica que a estatística é preocupante, principalmente à biodiversidade, devido ao estado de fragmentação entre as manchas de vegetação. “A fragmentação está muito separada uma da outra. Para se ter uma ideia de quanto está fragmentado, 89% dos fragmentos tem área menor do que 50 hectares, o que corresponde a 50 campos de futebol juntos. Essa fragmentação consequentemente promove a perda da biodiversidade animal e vegetal e a tendência é pior caso não seja montada a Política Florestal do Estado”, explica o engenheiro florestal.
O fluxo e a demanda de produtos e subprodutos florestais também foram apresentados na reunião. Nele, pôde ser observado que o Estado utiliza a madeira para consumo com fins industriais, domésticos e comerciais oriundas de outros Estados, a exemplo da Bahia e do Ceará, sendo a do Ceará com maior utilização de madeiras para estacas.
De acordo com a engenheira florestal e técnica da Semarh, Natalie da Mota, que trabalhou em campo para a formulação do diagnóstico, os sergipanos compram lenha trazidas da Bahia, estas em fins energéticos para utilização industrial e comercial.
Para o secretário da Semarh, Genival Nunes, a realização do Diagnóstico revelará a situação atual da vegetação florestal do Estado. A perspectiva após conclusão de diagnóstico é de que seja desenvolvido o Programa Florestal e, consequentemente, a Criação da Política Florestal do Estado de Sergipe.
“Além de outros benefícios, a política florestal promoverá incentivos que assegurará com maior propriedade, diante do quadro numérico apresentado, o amparo à biodiversidade, controle e proteção das florestas de todo o Estado”, defende Genival.
Segundo o integrante do Projeto Conservação e Uso da Caatinga do Ministério do Meio Ambiente (GEF/MMA), Francisco Barreto Campello, diante do cenário florestal do Estado, com apenas 13% de sua vegetação nativa existente, e ainda da dependência de madeiras oriundas da Bahia Pernambuco e Ceará, é necessário que seja realizada em Sergipe um programa de desenvolvimento florestal com vistas ao fomento florestal, ao fortalecimento da conservação da biodiversidade, a oferta de produtos florestais e combate à desertificação, assegurando assim a inclusão social.
“A iniciativa poderá está ainda quem sabe, incentivando a adequação de propriedades rurais, com destaque para áreas de assentamentos”, comenta Francisco.
Após conclusão de dados do Diagnóstico Florestal de Sergipe será elaborada em seguida a proposta para Formulação da Política Estadual de Florestas de Sergipe.
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