A Polícia Civil prendeu na manhã desta quinta-feira, dia 2, o vereador de Santana do São Francisco Raimundo das Dores, acusado de ser o mandante do roubo à casa do prefeito do município, Ricardo Roriz, ocorrido em 1º de outubro de 2010. Segundo o delegado Jonathas Evangelista, da Coordenadoria da Polícia Civil do Interior (Copci), também foram presos três supostos comparsas do vereador, que realizaram o roubo. Equipes da Copci, Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), Delegacia Regional de Propriá e de Neópolis investigaram o caso.
Raimundo é cabo licenciado da Polícia Militar, tem 44 anos de idade e foi o vereador mais votado nas eleições de 2008. Ele foi detido em Neópolis, assim como Lucimário dos Santos da Conceição, o Mirudo, 20. Os outros dois envolvidos, Alessandro Cirilo da Silva, o Cara Véia, 24, e Jean Santos da Silva, 28, foram presos em Penedo, Alagoas, com um revólver calibre 38 e uma pistola 380 usados no assalto ao prefeito.
Um quarto homem, identificado como Wagner Santos Oliveira, o Papa, continua foragido. Ele também teria participado dos dois roubos.
Mandante
Os três presos apontaram o vereador como mandante do crime contra Roriz. Os motivos teriam sido meramente econômicos e não políticos. Ele achava que o prefeito tinha dinheiro em casa e aproveitou-se de que ele mesmo teria sido supostamente roubado no mesmo dia pelos mesmo bandidos.
De acordo com o delegado, Raimundo iria vender uma lancha no mesmo dia, mas ele e os compradores foram assaltados antes de concretizar a comercialização. Há suspeitas de que, além de forjar o primeiro crime, o vereador pretendia afastar assim suspeitas contra ele, já que teria sido vítima também.
Prefeito
Três homens armados teriam invadido a residência do prefeito no povoado Saúde, no próprio município, no dia 1º de outubro.
Durante uma hora, o trio fez o político refém, junto com a primeira-dama, Renata Roriz, e mais sete pessoas.
Os bandidos fizeram ameaças e chegaram a colocar a arma nas cabeças das vítimas e fugiram levando jóias, relógios, notebooks e outros objetos pessoais, avaliados em cerca de R$ 80 mil, além de R$ 3 mil em espécie.
A Polícia Militar foi acionada e prestou toda assistência às vítimas, mas quando chegou ao local não conseguiu localizar os assaltantes. A Polícia Civil entrou no caso e acabou ligando os roubos contra Raimundo e Roriz.
"Percebemos algumas semelhanças no modo de agir dos assaltantes nos dois casos e depois identificamos contradições no depoimento do vereador. A partir daí cresceu a suspeita de ligação entre os fatos", diz Jonathas.
Planejamento
Para o delegado, Raimundo teria chamado os comparsas para roubar os compradores de sua lancha em sua própria casa, antes de o negócio ser fechado. "Ele sabia que eles estavam com dinheiro em espécie", supõe.
No mesmo dia, três homens com as mesmas características da primeira ocorrência renderam a família do prefeito e os visitantes. "As investigações apontaram que Raimundo coordenou tudo e aproveitou para cometer dois crimes em poucas horas".
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