Foto: Tarcísio DantasO Estado de Sergipe possui em todo o seu território federal 43 pontes, sendo 30 localizadas na BR 101, e 13 na BR 235. Na rodovia estadual, esse número chega a 281 pontes. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e o Departamento Estadual de Infra-Estrutura Rodoviária (DER) são os órgãos responsáveis pela manutenção e fiscalização dessas travessias.
A assessora de comunicação do DNIT, Paloma Naziazeno, explica que a instituição possui um programa intitulado “Sistema de Gerenciamento de Pontes”, no qual as superintendências de todo o país arquivam dados referentes aos seus estados, facilitando para que a sede nacional possa monitorar as pontes e avaliar quais delas devem sofrer intervenções mais rapidamente.
“O programa reúne fotos e relatórios dos engenheiros de cada estado, e a nossa central intervém, quando necessário, a partir desses dados. Assim, o DNIT não deixa de verificar as pontes, ou como são chamadas tecnicamente, as Obras de Arte Especiais (OAES)”, completa a assessora, ressaltando ainda que essas obras não se referem somente à reforma da parte estrutural, mas compreendem também a manutenção, como limpeza e conservação.
De acordo com Paloma, o trabalho de checagem nas pontes é rotineiro, e várias OAES do estado já estão passando por obras de manutenção. Ela ressalta também que a instituição é ciente das reclamações da população, visto que muitos cidadãos reportam suas críticas diretamente ao órgão, e o DNIT usa essas reclamações como forma de estar por dentro da verdadeira situação.
Entretanto, segundo Paloma, o processo de reparos seguem os trâmites burocráticos. “Ou seja, temos que cumprir todas essas esferas e isto demanda tempo. A reforma de uma ponte pode chegar a uma duração de até dois anos, já as de reparo simples são concluídas mais rápido. Mas, asseguramos que todas as OAES são monitoradas e, dentro dos prazos exigidos pela gestão pública, as obras são realizadas”, afirma.
Parceria
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sergipe, órgão responsável pela fiscalização das rodovias federais, explica que a PRF e o DNIT trabalham em regime de parceria. Apesar de não ser atribuição da polícia, durante as rondas diárias realizadas pelos agentes, eles verificam o estado de conservação das rodovias, a qualidade do asfalto, as sinalizações horizontais e verticais, bem como a manutenção das pontes. “Quando percebemos alguma irregularidade, de imediato o DNIT é avisado, para que possa tomar as devidas providências”, esclarece o chefe do Núcleo de Comunicação Social, o inspetor Fábio Vasconcelos.
Segundo ele, a intenção da PRF é prevenir os acidentes, por isso fazem também esse trabalho de fiscalização, uma vez que as condições irregulares das pontes são fatores propícios para causá-los. “Um exemplo de que irregularidades na pista podem causar sérias conseqüências foi o acidente que ocorreu este ano em uma das pontes federais aqui do estado. Provavelmente foi causado por algum buraco na pista, e as três pessoas envolvidas acabaram perdendo a vida”, lembra Vasconcelos.
O inspetor aproveita a oportunidade para alertar a sociedade a fazer parte dessa parceria e contribua com a fiscalização não só das pontes, mas de toda a malha rodoviária do Estado, ligando para o telefone de emergência da PRF, 191, e informando a polícia qualquer situação que possa causar riscos.
Rodovias estaduais
Em Riachuelo, distante 29 km da capital, moradores denunciaram ao JORNAL DA CIDADE a situação de degradação da ponte que faz divisa entre o município e a cidade de Malhador. O Estado é de verdadeiro abandono, com buracos na pista, espaço pequeno para transitar mais de um veículo, falta de um lugar apropriado para o tráfego de pedestres, além da deterioração da estrutura que a sustenta.
A produtora de eventos Karla Maria não reside em Riachuelo, mas garante que vai ao local frequentemente para visitar amigos e parentes, e confessa que fica muito assustada toda vez que necessita atravessar a ponte. “É o único meio de acesso que tenho para entrar na cidade, por isso me arrisco e passo, mesmo com muito medo. Não temos um lugar reservado para pedestres, disputamos o pouco espaço com os carros e caminhões. Os veículos se arriscam, pois aquela estrutura não irá suportar o peso por muito tempo”, conta.
A produtora denuncia ainda que, além das irregularidades na estrutura da ponte, a iluminação também está muito precária, sendo propício a assaltos e acidentes. “Um parente meu já atropelou uma criança que caminhava pela ponte à noite. O carro dele desgovernou devido a um buraco, e quando tentou recuperar a direção acabou atingindo uma menina, que ele não conseguiu ver por causa da falta de luz. Por sorte, nada de mais grave aconteceu, mas outros acidentes podem vir e não ter o mesmo final”, acredita.
Já tem providências
Em resposta a essas acusações, o diretor de Tecnologia do DER, Antônio Vasconcelos, explica que já tem conhecimento da situação da ponte de Riachuelo, e que o órgão já está tomando as devidas providências. “De fato esta via está com alguns problemas na estrutura e possui largura que só possibilita a passagem de um veículo de cada vez. Já contratamos uma empresa para desenvolver um projeto de uma nova ponte, com largura de 9 metros, e que será construída ao lado da outra, com previsão de entrega para próximo mês”, informa.
“Caso fosse optado pelo alargamento da ponte já existente, causaria um transtorno muito grande para quem necessita dela diariamente para se locomover, além de ser um tipo de procedimento bastante oneroso. Depois da obra, a ponte antiga servirá para passagem de pedestres e ciclistas”, acrescenta Antônio, ressaltando que até a construção da nova ponte, os veículos estão liberados para transitarem pela antiga.
Ainda de acordo com o diretor do órgão, através dos cinco distritos rodoviários, o DER procede rotineiramente vistorias em todas as pontes, e assim que se detecta alguma anormalidade, empresas especializadas são contratadas para elaboração de projetos de recuperação.
“Inclusive, estamos providenciado a contratação de uma empresa especializada para dar um diagnóstico mais detalhado sobre a situação estrutural das pontes de responsabilidade do Estado”, finaliza Antônio.
Fonte: Jornal da Cidade