quarta-feira, 26 de agosto de 2009

FALTA DE MÉDICO DIFICULTA DIAGNÓSTICO DE AIDS EM SERGIPE.

Não há mais um grupo restrito de pessoas ou de mulheres que pode vir a ser contaminado pelo vírus da Aids. Em Sergipe, de acordo com informações da Secretária de Estado da Saúde (SES), do ano de 1987 a maio de 2009, foram registrados 2.108 casos, dos quais 1.082 são de pessoas provenientes do interior do Estado.Depois da capital sergipana, que concentra 931 casos, os municípios que aparecem como os principais no “ranking” da Aids são: Nossa Senhora do Socorro (196), Itabaiana (122) e Estância (87). O levantamento da SES aponta ainda que a cidade de Propriá tem o menor índice de soropositivo do Estado, com 34 registros.

Segundo o gerente do Programa Estadual de DST/Aids, o médico Almir Santana, a chegada da doença ao interior pode ser associado à falta de informação, por causa da dificuldade de acesso à informação, bem como pelo nível de instrução das pessoas. Por conta disso, a SES está priorizando ações nos municípios.

“Necessitamos do envolvimento da atenção básica, principalmente das pequenas cidades. A deficiência de médicos no interior também contribui para o atraso no diagnóstico da infecção pelo HIV”, disse o especialista, salientando que em todo o Estado foram notificados 73 casos em crianças.

Almir Santana acredita que os números dos casos em Sergipe venham a aumentar em virtude da maior procura pelos exames e campanhas de incentivo ao diagnóstico precoce. O médico relata que outros pontos que contribuem para o aumento é a dificuldade de acesso ao preservativo em algumas comunidades mais afastadas (povoados) onde o PSF nem sempre está atuando, o uso de bebidas alcoólicas e as drogas.

“O acesso ao exame está cada vez mais fácil. Muitas pessoas que não usavam preservativos antes das campanhas, agora estão procurando fazer o teste. Também temos pessoas que não se acham em situação de risco, mas que insistem em não usar a camisinha durante as relações sexuais. Provavelmente, não teremos uma queda no número, o esperado é que aumente, pois estamos oferecendo mais exames para a população”, frisou.

Segundo o médico, o aumento de casos entre mulheres vai muito além da idéia de liberdade sexual ou da promiscuidade, que também são motivos de contaminação. Pelo contrário. Muitas delas, não importa a idade ou o estado civil, ainda se prendem ao medo de pedir ao parceiro que coloque a caminsinha na hora da relação. Segundo o médico, a negociação quanto ao uso do preservativo é um dos principais motivos pelos quais as mulheres vêm sendo infectadas. Mulheres casadas, então, sofrem ainda mais com esse problema, pois têm medo que os maridos interpretem o pedido como um sinal de desconfiança. Porém, se esquecem que podem ser contaminadas por eles mesmos. “Os dados indicam que poucas são as mulheres casadas que conseguem conversar e convencer os maridos a usarem a camisinha. Este é um dos maiores desafios da prevenção.”

Fonte: Jornal do Dia

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