Politizando já colocou algumas vezes e provou que, desde a reeleição do governador Jackson Barreto (PMDB), em outubro de 2014, que as finanças do governo de Sergipe jamais foram as mesmas. Passamos a enfrentar uma série de instabilidades. O governo passou a atrasar e parcelar salários dos servidores públicos, algo jamais visto na história do funcionalismo sergipano. Politizando até já colocou a velha prática do “vale tudo eleitoral”, onde praticamente não existia regras e limites para se conseguir êxito nas urnas. Tudo valeria a pena desde que Jackson vencesse a disputa com o senador Eduardo Amorim (PSC). No final das contas, deu tudo certo...para o governo!
Político experiente e obstinado, Jackson parece ter estipulado como meta para sua vida derrotar Eduardo Amorim e fazer o que fosse possível para ser eleito, pelo voto direto do povo, governador de Sergipe. Pasmem que JB e aliados chegaram a propagar na campanha eleitoral que, se eleito fosse, Amorim “quebraria” o Estado, sobretudo o Banese. O interessante é que, mesmo vitorioso nas urnas, hoje nos deparamos com um governo falido, endividado, devendo a muitos fornecedores e sem recursos próprios para tocar obras. O próprio governador chegou a comparar como um “milagre de Deus” o fato de ter conseguido honrar o pagamento da folha dos servidores.
Muita gente não lembra, mas desde 2011 que o senador Eduardo Amorim já defendia publicamente a construção de um Hospital do Câncer para Sergipe. Focou tanto nesse projeto que acabou esquecendo-se de outros pontos também positivos para o Estado. Amorim disponibilizou milhões e milhões em emendas para a obra que, por enquanto, não saiu da terraplanagem. Para destruir seu adversário, o governador Jackson Barreto não pensou duas vezes e, pouco tempo depois do falecimento do ex-governador Marcelo Déda (in memoriam), pouco mais de um mês após, para ser mais preciso, promoveu a assinatura da ordem de serviço para as obras de terraplanagem do terreno onde, um dia, funcionará o Hospital Especializado em Câncer Governador Marcelo Déda, no Centro Administrativo Governador Augusto Franco, bairro Capucho.
A assinatura foi dada no dia 24 de janeiro de 2014, ou seja, há quase dois anos e dois meses. “Aquilo que era um sonho, tornou-se realidade”, afirmou o governador Jackson Barreto, logo após assinar a ordem de serviço que autorizou o serviço de terraplanagem onde estava previsto um investimento de cerca de R$ 12 milhões, oriundos do Proinveste. Para dar um tom mais “emotivo” ao ato administrativo, Jackson Barreto acrescentou à época que “hoje estamos concretizando um grande sonho dos sergipanos e que foi expresso, através de uma carta escrita pela servidora da Saúde conhecida como ‘Tia Carminha’, e que foi entregue ao então candidato Marcelo Déda e ao então presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, solicitando a construção do Hospital do Câncer. Isto ocorreu em 19 de outubro de 2006, em plena campanha eleitoral, é preciso que registremos essa data”.
Depois da eleição para governador, quando obteve a esperada vitória nas urnas, Jackson parece ter “esquecido” das obras do Hospital do Câncer. Quem visitou o “canteiro de obras”, encontrava mato, areia e vento! O difícil era ver gente trabalhando. Diante de uma crítica incisiva e recente de Eduardo Amorim, Jackson tratou de tentar desmentir o senador tentando dar a conotação, via setores da imprensa, de que a obra estava “de vento em popa”. Enquanto isso, o cenário que era ruim, ficou pior. O aparelho de radioterapia que era uma promessa do governo federal ainda não saiu do papel. No Hospital Cirurgia o aparelho passou a quebra com frequência, quase na mesma sintonia do aparelho antigo e ultrapassado do Hospital João Alves Filho. A cada dia, uma entrevista triste, desesperada do grupo conhecido por “amigas do peito”.
São pacientes sofredoras que amargam a fila da radioterapia e lutam pela vida, pelo direito de continuarem respirando. Parece que Jackson Barreto não tomou como exemplo a amarga tristeza de Marcelo Déda, que teve que lutar pela vida em São Paulo (SP), porque em Sergipe não havia estrutura para salvá-lo. O câncer é uma doença maligna, que a cada dia, está matando sergipanos, devastando nossas famílias. Deveria ser a prioridade das prioridades para um governador que usou a construção de um hospital, pelo visto, apenas para fazer política. Hoje, pasmem os leitores de Politizando, as pacientes estão sendo encaminhadas para Arapiraca (AL), “terra do fumo”, onde o governo fez um convênio com um hospital particular para os sergipanos não fiquem sem atendimento. Uma vergonha, uma página triste de um governo de origem popular e que construiu sua trajetória junto aos mais carentes.
Veja essa!
Em entrevistas a setores da imprensa, ontem, o governador Jackson Barreto soltou essa sobre a oncologia. “Nós contratamos serviços na área da oncologia na cidade alagoana de Arapiraca. São 105 pacientes com investimento de R$ 8 mil por paciente, mais transporte e uma ajuda de custo. Estamos construindo um novo Bunker de radioterapia com aparelhagem nova e ultramoderna, até o final do ano essa parte esteja concluída e a população não irá sofrer tanto nos próximos anos”.
E essa!
“Paralelo a isso, estamos esperando a inauguração de uma clínica particular aqui em Aracaju, que deverá vender serviços ao Estado na área de oncologia e onde vamos contratar serviços para atender melhor essa população que vive desse mal, que também me angustia muito. Já vivi isso na minha casa, sei como é difícil e quero pedir desculpas à população por esse sofrimento, mas com um ano de governo não tenho como resolver problemas de anos a fio com aparelhagem velha e quebrada. Providências estamos tomando, e vocês estão vendo isso” explicou o governador.
Cobrança
Não há mais tempo para ser ter “paciência” com o governador sobre essa triste realidade do câncer. O secretário de Saúde, Zezinho Sobral (PMDB), enrola, enrola, e não tem uma saída emergencial para o problema. Vários sergipanos estão morrendo, algumas não suportam a espera pelo tratamento inadequado. Politizando vai cobrar esse compromisso de JB.
Fonte: Faxaju (Coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)
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