sexta-feira, 5 de setembro de 2014

DIRETOR DA PETROBRAS DIZ QUE GOVERNADOR E 32 PARLAMENTARES RECEBERIAM COMISSÃO SOBRE VALOR DE CADA CONTRATO DA ESTATAL.

Foto:  Diário do Poder

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, citou pelo menos 32 deputados e senadores, um governador e cinco partidos políticos que receberiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da Petrobras firmados durante sua gestão na diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera.

O executivo está depondo em regime de delação premiada desde sexta-feira (29), para tentar obter o perdão judicial. Costa é alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que descobriu um grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobras. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o número de políticos citados foi mencionado por Paulo Roberto nos primeiros depoimentos, mas pode crescer até o final da delação.

Costa relatou a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobras, em quase todas as áreas da estatal. Partidos políticos eram supostos beneficiários de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou: Todo dia tinha político batendo em sua porta. Em um dos depoimentos, ele citou uma conta de um operador do PMDB em um banco europeu.

De acordo com ele, os desvios nos contratos da Petrobras envolveriam desde o funcionário do terceiro escalão até a cúpula da empresa, durante sua gestão na diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012.

O ex-excutivo citou também quase todas as grandes empreiteiras do País que conseguiram os contratos. Anteriormente, o alvo foram as empresas, mas não havia como isentar os polítivos, uma vez que, segundo ele, foram beneficiados com propinas. Após o envolvimento de parlamentares na delação, a Procuradoria Geral da República vai remedir os depoimentos. 

Beneficiado pela delão, Paulo Roberto terá pena mínima. Ele poderia ser condenado a 50 anos de prisão se respondesse os processos - já é réu em duas ações, uma sobre corrupção na Petrobras e outra sobre ocultação e destruição de documentos.

O acordo determina que o ex-executivo seja colocado em liberdade ao término dos depoimentos. Ele deve ficar um ano usando tornozeleira eletrônica, em casa, no Rio, sem poder sair na rua.

Os depoimentos estão sendo filmados e tomados em uma sala na Custódia da PF em Curitiba. Ao final de cada dia os depoimentos são lacrados e criptografados pelo Ministério Público Federal, que os envia diretamente para a PGR, em Brasília. A PGR mandou emissário a Curitiba no início do processo de delação.

Fonte:  Faxaju

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