quinta-feira, 21 de julho de 2011

DILMA QUER AGILIDADE NA PRODUÇÃO DE POTÁSSIO EM SERGIPE.

Em breve, Sergipe passará a possuir a maior planta de extração de potássio do Brasil. O assunto foi destaque nesta quinta-feira, 21, nos principais jornais do país, como Valor e O Globo. É que a presidente Dilma Rousseff convocou ao Palácio do Planalto na quarta, 20, os presidentes das gigantes Petrobras e Vale, José Sérgio Gabrielli e Murilo Ferreira, respectivamente, além dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e de Minas e Energia, Edison Lobão, e cobrou deles rapidez para fechar um acordo sobre a exploração da mina de cloreto de potássio de Taquiri Vassouras, localizada em Sergipe, a única em atividade no Brasil. Para chancelar o entendimento, Dilma solicitou de ambos o compromisso de ampliação, de uma para três minas, da área hoje explorada.

O governador Marcelo Déda não mediu esforços ao longo dos últimos quatro anos e meio para que a Vale e a Petrobras chegassem a um acordo entendendo a importância da exploração do minério para a economia do Estado e para impulsionar a cadeia produtiva de fertilizantes do país. Ele sempre trabalhou junto ao Governo Federal para pôr fim ao imbróglio entre as duas, da última vez em reunião com a presidente Dilma Rousseff, há 40 dias, como reconhece a matéria do jornal Valor.

"Esse investimento é decisivo para o desenvolvimento de Sergipe. O sucesso desse projeto é vital para a nossa política industrial. "É o maior investimento privado da história de Sergipe", reconhece o governador em entrevista ao jornal Valor.

Déda destaca a importância do extrativismo mineral para a economia do Estado, que chega a 40% do Produto Interno Bruto industrial local. O Projeto Carnalita deve gerar cinco mil empregos durante sua fase de implementação e outras 700 vagas permanentes quando entrar em operação.

O empreendimento também deve impulsionar a cadeia produtiva de fertilizantes instalada no Estado. Além da produção de potássio feita pela Vale, a Fafen produz nitrogênio e há oito misturadoras de fertilizantes funcionando na região. "Só importamos o fosfato", comentou o governador.

Licença

O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, (Semarh), e então presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Genival Nunes Silva, já recebeu das mãos do gerente de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Empresa Vale, Mauro Vieira Lima, dois importantes documentos que subsidiarão o pedido de Licença Ambiental de Instalação (LI), feito a Adema para análise e aprovação da implantação da Usina do Projeto Carnalita, um investimento de mais de R$ 1,5 bilhão, onde Sergipe passará a ser o único estado do Brasil com extração de potássio, a partir do minério carnalita.

Menos de 10% do potássio que é utilizado em todo o país é produzido pelo Brasil. Segundo Genival Nunes, a decisão da presidente Dilma permitirá o aumento da produção de insumos agrícolas para todo o Brasil, contribuindo para a redução da dependência da importação de fertilizantes no país.

De acordo com o gerente da Vale, Mauro Vieira Lima, que coordena o licenciamento ambiental do projeto Carnalita em Sergipe, não há nenhum outro estado, no Brasil, com extração desse tipo de minério. Ele explica que o potássio é um mineral com alta demanda no comércio brasileiro de fertilizantes e que, atualmente, o país sofre com a baixa produção, sendo que este índice tende a aumentar, caso não haja novos investimentos para aumento da produção interna.

"Cerca de 8% do potássio é produzido pelo Brasil, o restante é importado. Desde muito é de conhecimento do Governo Federal essa fragilidade. A produção de potássio, a partir da carnalita, reduzirá a dependência externa do país na importação deste insumo, essencial para a produção de fertilizantes”, salientou Mauro Lima, quando entregou os documentos de Licença à Adema.

Tecnologia

Diferentemente do atual processo realizado em lavra subterrânea, a nova tecnologia aplicada pela empresa para a extração do potássio será desenvolvida através de poços subterrâneos. “Esse é um grande diferencial. A mineração da carnalita será realizada a partir da injeção de água em poços onde serão dissolvidos os sais da carnalita. A salmoura será então retirada do subsolo e processada na superfície”, explicou Genival Nunes, indicando menor impacto ambiental por meio da nova tecnologia.

Se os estudos de viabilidade econômica em curso forem aprovados, a produção inicial de cloreto de potássio está estimada a 1,2 milhão de toneladas anual, com boas perspectivas de vir a ser ampliada, no futuro.

Atualmente, a empresa também continua com a pesquisa geológica no Estado a fim de aferir, com mais detalhes, a reserva mineral disponível para a produção de potássio. A região de Capela, Japaratuba, Rosário do Catete, Maruim e outros municípios nas proximidades estão sendo estudados para a exploração do potássio, complementando outras regiões que já foram ou que ainda serão pesquisadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário