Em reunião realizada na última quarta-feira (25/1), na sede do Sindisan, trabalhadores, estudantes, lideranças sindicais e partidárias e representantes do Movimento Não Pago participaram de reunião para discutir a formação da Frente em Defesa do Transporte Público, Gratuito e de Qualidade para Aracaju e Grande Aracaju, e também as mobilizações que se darão para pressionar o Poder Público a discutir a fundo a qualidade duvidosa do transporte da Capital. Isso, antes que o sindicato das empresas de transporte coletivo, o Setransp, e a Prefeitura Municipal de Aracaju resolvam discutir qualquer aumento da tarifa.
“Importante essa movimentação das entidades civis organizadas antes que se comece a discutir nos gabinetes e no escritório do Setransp qualquer reajuste da tarifa. Nós defendemos o efetivo congelamento da tarifa e uma ampla discussão com a sociedade sobre a péssima qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus à população aracajuana”, enfatizou o secretário de Comunicação da CUT/SE, George Washington Silva (foto), que participou da reunião.
Ele lembra que, com o aumento dado o ano passado, quando a tarifa passou para R$ 2,25 – quando os empresários de ônibus queriam R$ 2,45 –, o percentual de reajuste acumulou 150% em 10 anos, passando de R$ 0,90 em 2000 para R$ 2,25 em 2011.
“E mesmo com todo esse aumento monumental, o que melhorou no transporte coletivo público de Aracaju? Nada. Continua a população sendo maltratada em ônibus com mais de 7 anos de uso, sujos, quebrando a toda hora e com atrasos constantes. De nada adianta a prefeitura entregar aos empresários uma dúzia de ônibus novos se não se tira a mesma quantidade dos ônibus velhos. Enquanto isso, os empresários vão acumulando lucros e a população sofrendo com as carroças que ficam. Precisamos reverter esse quadro exigindo transporte público de qualidade, até para que o cidadão deixe o seu carro ou moto em casa”, avalia.
Para o sindicalista, uma boa solução seria a estatização do transporte coletivo da capital. “Se os empresários, que receberam a concessão do serviço sem sequer participar de licitação, foram incapazes de oferecer transporte de qualidade para os aracajuanos, nada mais correto que o poder município retomar essas concessões e operar o serviço, que diga-se de passagem, é um direito dos cidadãos que pagam seus impostos. Transporte público é um direito social”, aponta Washington.
Bandeiras de luta
A CUT/SE também defende a realização de audiência pública, mediada pelo Ministério Público, para discutir o transporte público da Capital; congelamento da tarifa de ônibus; auditoria pública das planilhas de custos e lucros das empresas; cumprimento do Art. 241§ 1º da Lei Orgânica Municipal, que obriga a Câmara de Vereadores a apreciar a majoração do preço da passagem de ônibus urbano; impedimento de renúncia fiscal para os empresários do transporte; imediata substituição dos ônibus com mais de 7 anos de uso; abertura de licitação para o serviço de transporte coletivo da Capital; divulgação, no sítio eletrônico da PMA/SMTT, das planilhas de custos e de lucros das empresas concessionárias; garantia de salários dignos, pagamentos das horas-extras e melhores condições de trabalho para os rodoviários das atuais empresas e das que vierem a ganhar futuras licitações; e representação paritária entre poder público, sociedade civil organizada e empresários nas discussões sobre a tarifa dos coletivos e também nas demais discussões sobre transporte público da Capital.
Protestos
No ano passado, a CUT, juntamente com várias entidades da sociedade civil organizada e do movimento sindical, participou de diversos atos em defesa do transporte público de qualidade e contra o aumento da tarifa. A força social não conseguiu deter o aumento, mas impediu que a tarifa saltasse para R$ 2,45, ficando nos R$ 2,25.
“Se preciso for, novamente este ano, junto com a Frente, iremos para as ruas protestar contra qualquer aumento. Os trabalhadores, estudantes e a população em geral não suportam mais nenhum aumento na tarifa. É hora de discutir a qualidade do transporte coletivo, não quanto ficará a tarifa”, ressalta o dirigente da CUT/SE.
Uma nova reunião da Frente está agendada para a próxima quarta-feira, dia 1º de fevereiro, na sede do Sindisan.
Fonte: CUT/SE
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