Parece que o Comando da PMSE não tem outros afazeres a não ser, impor o militarismo e se preocupar com o corte de cabelo dos policiais militares, enquanto a sociedade sergipana clama por segurança pública.
No dia 13 de março do corrente ano, no BGO nº 046, o Cel. Jackson Santos do Nascimento, respondendo pelo Comando da PMSE, determinou que os comandantes de unidades policiais militares, fiscalizem a apresentação pessoal dos PMs, inclusive corte de cabelo, sob pena de punição do subalterno e do comandante da unidade solidariamente.
Realmente é não ter o que fazer, pois vale-se de um militarismo e de um regulamento arcaico para punir arbitrariamente policiais militares por um simples corte de cabelo.
Conforme escreve Danillo Ferreira:
"É infundado o argumento de quem diz que a obrigação de usar corte de máquina de número 01 e/ou 02 é para “se apresentar bem à comunidade”, mesmo porque esse não é o padrão estético escolhido por toda a sociedade, nem mesmo pela maioria.
Também não vivemos mais a época das infestações de piolho, como há séculos, para garantir a obrigatoriedade de corte curto. Se fosse por isso, até mesmo as mulheres deviam ter seus cabelos cortados a máquina. Na verdade, tal imposição é um dos itens que se referem ao controle disciplinar tradicional, também utilizado em manicômios, prisões e conventos/mosteiros, como já assinalou Erving Goffman:
“Em primeiro lugar, as instituições totais perturbam ou profanam exatamente as ações que na sociedade civil têm o papel de atestar, ao ator e aos que estão em sua presença, que tem certa autonomia no seu mundo – que é uma pessoa com decisões ‘adultas’, autonomia e liberdade de ação.promoção de passagens“.
Ter o corte cabelo padronizado não é necessário para identificar o policial em serviço, já que estará fardado (nos tempos atuais, é até arriscado o corte de cabelo denuncie o policial fora de serviço)".
Portanto, só deixamos um lembrete ao comandante da PMSE, comandar é comandar com e não sozinho e com punições, por isso, espera-se que reveja tal determinação, pois nada melhor que o franco diálogo com a tropa.
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