quarta-feira, 6 de julho de 2011

CUT NAS RUAS NA DEFESA DA CLASSE TRABALHADORA.

Na manhã desta quarta (6), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos filiados e movimentos populares foram às ruas reivindicar direitos para a classe trabalhadora e afirmar um projeto de desenvolvimento social para o país. Tratou-se do Dia Nacional de Mobilização, promovido pela Central em todo o país.

Em Sergipe, a manifestação pública aconteceu no Calçadão da João Pessoa (Centro da Cidade) e teva a presença das seguintes categorias sindicais: Trabalhadores da Educação (SINTESE), Servidores do Poder Judiciário (SINDISERJ), Jornalistas (SINDIJOR), Trabalhadores em Tecnologia da Informação (SINDTIC), Técnicos e Auxiliares de Enfermagem (STASE), Trabalhadores em Minas (SINDIMINA), Agentes Comunitários de Saúde e Endemias de Aracaju (SACEMA), Guardas Municipais de Estância, Comerciários de Estância, além dos servidores públicos dos municípios de Itabaiana, Umbaúba e Malhada dos Bois. A Consulta Popular também participou do Ato.

Redução da jornada de trabalho sem redução do salário

Uma das principais pautas da CUT, em nível nacional, é a proposta de redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução do salário. Pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas (DIEESE) revela que com a redução da jornada para 40h semanais poderão ser gerados mais de 2 milhões de novos empregos.

Segundo o Presidente da CUT/SE, Rubens Marques, o professor Dudu, o principal entrave para i avanço desta pauta é a proposta de alguns parlamentares federais de desoneração da folha de pagamento. “A CUT mantém firme a mobilização nacional pela redução da jornada, mas o que os patrões e deputados querem é uma compensação e diminuição do valor da folha, querem pagar menos INSS. Nós queremos uma previdência forte, que garante assistência e aposentadoria dos trabalhadores”, afirmou.

Trabalho Decente

Outra defesa da CUT é a garantia do Trabalho Decente. Instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1999, é definido como um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna à classe trabalhadora. A defesa do Trabalho Decente significa o combate à precarização e a deterioração dos instrumentos de proteção e inclusão social.

Criminalização da greve e dos movimentos sociais

O Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe tem encamihado recentes decisões de decretar ilegais greves de sindicatos no estado, ferindo o direito à greve garantido constitucionalmente. Essa também foi uma das denúncias feitas durante o Dia de Mobilização da CUT.

“Lamentavelmente o Poder Judiciário desse estado tem participação ativa e é protagonista na criminalização do direito de greve. Isso para nós é triste, porque o direito de greve está previsto na Constituição Federal e foi conquistado depois de muita luta pelos trabalhadores brasileiros e mundiais”, ressaltou o Presidente do SINDISERJ, Plínio Pugliesi.

Aumento dos deputados

Durante o Ato, a CUT repudiou também o aumento de 61,5% no salários dos deputados estaduais, mesmo sem cumprimento dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para Dudu, os mesmos deputados de forma ágil aumentam seus salários, votaram contra o piso dos professores e deram um reajuste mínimo para os trabalhadores sergipanos. “Para os deputados, o aumento é rápido e integral. Para os professores foi lento,sofrido, traumático e parcelado”, critica Dudu.

Articulação campo-cidade

Dentre a pauta publicizada no Ato Público, questões ligadas ao meio rural também foram pontuadas, como o repúdio à aprovação do novo Código Florestal e a luta contra os transgênicos, o agronegócio e o uso indiscriminado de agrotóxicos.

A defesa da Reforma Agrária e a luta pela definição de limites para a propriedade de terra também estiveram nas reivindicações.

“A situação de concentração latifundiária no Brasil não é muito diferente do que vivemos em períodos passados, anteriormente até a abolição da escravatura. Existe ainda uma extrema desigualdade. Estudos recentes mostram que a concentração só aumenta, por isso, essas pautas, são fundamentais quando pensamos um novo modelo de desenvolvimento para o país”, ressaltou o integrante da Consulta Popular, Jorge Rabanal.

Para Rabanal, os movimentos populares, atualmente, têm clareza de que a luta deve ser articulada entre o o campo e a cidade, “para que possamos conseguir avançar nas pautas para uma sociedade mais justa”.

Outras pautas

Além destas reivindicações, outras pautas estiveram presentes no Ato, como: transparência nas licitações; fim do fator previdenciário; destinação de 10% do PIB para investimentos em educação e respeito ao piso salarial dos professores; defesa da reforma política que amplie e fortaleça a democracia direta; luta por uma reforma tributária justa; e ratificação das convenções 87 (liberdade e autonomia sindical), 151 (negociação coletiva no serviço público) e 158 (fim da demissão imotivada) da Organização Internacional do Trabalho.

“A participação nossa é fundamental porque a gente não poderia iniciar a luta nesse segundo semestre sem antes virmos nos solidarizar com os companheiros da CUT e com os trabalhadores deste Estado para também relfetirmos sobre as bandeiras gerais que unificam os sindicatos e os movimentos sociais que hoje a cut está trazendo pelo Brasil todo no Dia Nacional de Mobilização”, destacou Plínio Pugliesi, do SINDISERJ.

A CUT entende este Ato como o início da construção da luta para o segundo semestre, mostrando as principais bandeiras de luta para a classe trabalhadora e para os movimentos sociais. “A CUT tem estado sozinha nessa discussão, as outras centrais não se posicionam, se resumindo ao burocratismo sindical. Compreendemos ser fundamental mostrar as nossas reivindicações, precisamos unificar a classe operária e os movimentos populares, e esse é o momento de publicizar as nossas reivindicações” afirmou Roberto Silva, Diretor da CUT/SE.

Fonte: CUT/SE

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