sexta-feira, 15 de julho de 2011

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE MOBILIZA SOCIEDADE PARA ELIMINAR A SÍFILIS CONGÊNITA EM SERGIPE.

Cuidado e mobilização. Essas foram palavras de ordem na manhã desta sexta-feira, 15, no lançamento do Plano Estadual de Combate à Sífilis Congênita, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O evento, realizado no Centro de Convenções de Sergipe (CIC), reuniu coordenadores de Saúde da Família e de Vigilância Epidemiológica, além dos secretários de saúde de todos os 75 municípios de Sergipe.

O Plano Estadual de Combate à Sífilis Congênita tem como principal meta incluir todo o Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com os 75 municípios, na eliminação da sífilis congênita nos próximos três meses. A necessidade da criação de um plano de eliminação da doença surgiu a partir dos altos índices apresentados de infecção de recém-nascidos.

A diretora de Vigilância Epidemiológica da SES, Giselda Melo, destacou a importância de todos os segmentos da sociedade e profissionais de saúde. “Enquanto equipe de Vigilância Epidemiológica, alertei o secretário estadual sobre os números e ele, percebendo a importância do tema, começou a movimentar a campanha de prevenção. O combate à Sífilis em nosso Estado será possível somente se todos nós vestirmos a camisa da campanha”, disse a diretora.

De acordo com o titular estadual da Saúde, Antônio Carlos Guimarães, a proposta da campanha para eliminar a sífilis tem como principal significado o compartilhamento de metas que estão ao alcance de todos e são relevantes à saúde da população. “A sífilis congênita é uma doença perversa, porque acomete alguém que não tem condições de se defender e, por isso, é gratificante colocarmos todo nosso conhecimento técnico em função da sociedade”, disse Guimarães.

Plano

O Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita surgiu a partir do alerta da notificação pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES de 95 casos nos primeiros seis meses de 2011 em Sergipe. Para combater a doença, o plano é dividido em três principais eixos: diagnóstico, vigilância, informação e educação permanente, além da implantação de protocolo para tratamento dos pacientes.

O eixo do diagnóstico de sífilis, que deve ser feito na gestante e no parceiro, prevê a realização do Teste Rápido para definição do tratamento. O segundo eixo, a vigilância vai fazer um acompanhamento específico do caso através de canais como telefone, e-mail para que os municípios notifiquem os casos. A informação e educação permanente têm como objetivo mobilizar e alertar profissionais de saúde, gestores e a população sobre a doença.

“O monitoramento de casos será feito por um comitê constituído especialmente para o Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita que vai verificar semanalmente o andamento das ações do Plano e a resolutividade, além de acompanhar de perto cada um dos municípios”, disse David Souza, diretor de Atenção Integral à Saúde da SES.

O coordenador da Atenção Básica da Secretaria de Saúde de Aracaju, Geison Valença, afirmou que a importância das ações do Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita já foi assimilada e algumas já antecipadas pela equipe técnica da gestão municipal. “Já iniciamos um ciclo de capacitações com nossos profissionais da rede de Atenção Básica. A partir da semana que vem, estaremos reunidos com os médicos e enfermeiros das 133 equipes de Saúde da Família inseridos nas capacitações”, declara Valença.

Integração

As Fundações Estatais de Saúde, Parreiras Hortas (FSPH) e Fundação Estadual de Saúde (Funesa) estão inseridas no Plano Estadual de Combate à Sífilis, atuando, cada uma, com sua competência específica. A FSPH vai contribuir com os exames laboratoriais de pré-natal das gestantes. “A Fundação de Saúde Parreiras Hortas tem um papel fundamental na saúde materno infantil no Estado, pois é através de amostras de sangue de parte significativa das gestantes que é possível realizar diversos tipos de exames para identificar doenças além da sífilis”, explicou David Souza.

Já a Funesa se insere no contexto do combate à sífilis através da Educação Permanente. As capacitações serão dividas em duas etapas e atingirão 866 gestores, médicos e enfermeiros da Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica dos 75 municípios sergipanos, começando pelos municípios prioritários: Capela, Itabaiana, Propriá, Nossa Senhora da Glória, Lagarto, Barra dos Coqueiros, entre outros.

“Durante as capacitações serão discutidos temas pertinentes ao plano e ao protocolo da sífilis. Na primeira etapa, que iniciamos nesta sexta-feira, 15, vamos capacitar 166 gestores de Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica, médicos e enfermeiros dos 18 municípios prioritários. Já a segunda parte de capacitações, que envolve os outros 57 municípios, será feita em sete dias, com sete turmas de 100 pessoas cada, incluindo o mesmo público-alvo da primeira parte”, acrescenta Claúdia Menezes, diretora geral da Funesa.

A Sífilis

A sífilis congênita é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e tem o controle, prevenção e tratamento em ações simples, realizadas na Atenção Primária à Saúde. A forma de transmissão se dá através do sexo sem camisinha, transfusão do sangue ou de forma vertical – da mãe para o filho.

Em caso de gravidez, se não cuidada, a doença pode trazer graves consequências para o bebê, a exemplo de retardo mental, aborto ou morte espontânea, bem como sequelas de meses ou anos, quando a criança nasce viva. O tratamento preventivo da sífilis congênita é feito a partir do antibiótico penicilina.

De acordo com o gerente do programa Estadual de DST/Aids, Almir Santana, é necessário fazer a busca ativa também dos homens. “Os programas municipais de DST/Aids precisam buscar os diversos públicos masculinos e incentivar o teste de todas as doenças sexualmente transmissíveis e o uso de camisinha”, disse.

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