Nesta quinta-feira, 10, o Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) reabriu o serviço de braquiterapia que estava desativado por motivos técnicos. Estruturado com equipamentos de alta tecnologia, agora ele passa a ser o único de Sergipe a oferecer esse tipo de procedimento para mulheres com diagnóstico de câncer do colo uterino.
O início das atividades contou com a presença do físico-médico Homero Lavieri Martins, considerado referência em radioterapia na América Latina. Formado na década de 70, Lavieiri presta consultoria em todo o país e já ajudou a implantar serviços importantes em mais de 50 localidades diferentes. Em Aracaju, ele elogiou o interesse do Governo em qualificar esse tipo de atendimento. “Sabemos que no Brasil a demanda é bem maior que a oferta. Disponibilizar a braquiterapia gratuitamente para a população é um avanço muito grande,” destacou.
Funcionamento
A braquiterapia é uma modalidade de tratamento em que doses de radiação são liberadas para atacar as células tumorais, tentando-se evitar que as células sadias sejam afetadas. Através de um tubo, a fonte de radiação que fica dentro da máquina é transferida para o canal vaginal da paciente.
O serviço também conta com um sistema de planejamento que indica o local exato onde acontecerá o tratamento. “Todos os dados são passados para o computador, numa espécie de mapeamento. Assim, nós temos a total segurança onde as doses serão distribuídas”, explicou a física-médica Katiúcia Bonfim.
Na sala de comando, o especialista se concentra diante de um monitor, onde é feito o acompanhamento da paciente durante a sessão. “Todas as coordenadas são dadas pelo microfone através de um sistema de som interligado entre os dois ambientes,” informou o físico-médico Gilson Francisco.
Para garantir um atendimento de qualidade aos usuários SUS, profissionais de enfermagem foram capacitados no ‘Hospital da Liga Norte Riograndense contra o câncer’. Ao todo, o serviço vai contar com a atuação de quatro físicos-médicos, cinco médicos radioterapeutas, além dos enfermeiros da unidade.
Benefícios
Ainda ansiosa, Maria Angélica Rodrigues aguardava a primeira sessão. Ano passado a aposentada se submeteu a uma cirurgia e por indicação médica foi encaminhada para a braquiterapia. “Eu cheguei a me informar sobre o cadastro do Tratamento Fora do Domicílio (TFD), mas graças a Deus, agora vou puder fazer tudo aqui, pertinho da minha casa,” desabafou.
De acordo com a coordenadora da Oncologia, Rute Andrade, a expectativa é ampliar o serviço. “Além da ginecologia, a braquiterapia é indicada para várias patologias, a exemplo dos cânceres de próstata, mama e reto. Nosso sonho é estender essa oferta aos poucos seguindo as viabilidades técnicas e o aval dos especialistas,” concluiu Rute.
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