Na cidade da “qualidade de vida”, os usuários e profissionais da saúde pública enfrentam vários problemas. Em Assembléia realizada hoje (8), os médicos da rede municipal avaliaram a paralisação da categoria que teve início ontem (7). Os médicos reivindicam melhores condições de trabalho e salários justos.
Havia a possibilidade de deflagração de greve por tempo indeterminado, porém a categoria deliberou por aguardar a próxima reunião com a mesa de negociação da Prefeitura Municipal de Aracaju, que será realizada na sexta-feira, dia 11.
Dentre as lutas da categoria, está a implantação do piso salarial nacional de R$ 9.188,22 por 20 horas de trabalho. Atualmente, na capital sergipana o vencimento básico médio gira em torno de R$ 2.000,00. “Não dá para imaginar um médico depois de tantos anos de estudo e com um trabalho tão importante para a sociedade receber um salário desses. É por isso que a rede municipal está perdendo tantos profissionais, que não vêem nenhum benefício em trabalhar para a prefeitura”, declara Glória Tereza, diretora do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe - SINDIMED.
Além da elevação salarial, o SINDIMED reivindica melhores condições de trabalho. Em algumas unidades de saúde faltam até remédios. “Denunciamos há uns dias que na urgência e emergência não tinham medicamentos básicos que salvam vidas. Não dá para entender que serviços de urgência e emergência funcionem sem medicamentos essenciais”, ressalta Tereza.
Outra proposta é a concessão de um estímulo para os profissionais que trabalham nos finais de semana e têm sobrecarga devido ao número reduzido de médicos trabalhando para o município.
O sindicato aponta também um déficit de profissionais especialistas em cardiologia, oftalmologia e pediatria, dentre outras. De acordo com a diretora do SINDIMED, “no Nestor Piva (hospital municipal), por exemplo, era para ter cinco plantonistas por turno, mas só tem um. Com os salários baixos e precárias condições, os médicos pedem pra sair”.
MESA DE NEGOCIAÇÃO
Na tarde de ontem (7), diretores do SINDIMED estiveram reunidos com a Mesa de Negociação da Prefeitura. A reunião foi convocada somente a partir do anúncio da paralisação.
Estiveram presentes pelo poder público os secretários Jeferson Passos (finanças), Bosco Rollemberg (gabinete do prefeito) e Lucivanda Nunes (administração). Porém, a única resposta da Mesa é que precisa de mais tempo. “Depois de dois anos de negociações, e esperando ansiosamente por essa reunião, a mesa de negociação simplesmente disse que não tem nenhuma proposta para o momento e que precisa de mais tempo. Os médicos não aceitam isso, não querem esse tipo de resposta”, protesta Tereza.
Para a sindicalista há um grave problema na gestão da saúde pública municipal. “Há uma total falta de respeito profissional, falta de respeito à sociedade, desmandos administrativos, coordenadores não cumprem acordos, são desmandos de toda ordem e a população precisa ter ciência disso porque não dá mais para continuar dessa forma”.
Fonte: CUT/SE
Nenhum comentário:
Postar um comentário