quarta-feira, 22 de julho de 2009

SERVIDORES DA COHIDRO FARÃO PROTESTO CONTRA CORTE DE SALÁRIOS.

A partir de hoje, os mais de 350 funcionários da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) iniciam uma série de manifestações por conta da decisão do governo do Estado, em efetuar cortes nos salários dos servidores, retirada que acontece amparada por uma decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho. Hoje, as atividades na sede da Cohidro vão estar paralisadas por três horas, como informou José Sérgio Passos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (Sindisan). A Companhia, de acordo com José Sergio, tem dentre as principais funções a perfuração de poços e construção de perímetros irrigados do Estado.

“Vamos, em princípio, paralisar as atividades para mostrar que os trabalhadores não estão satisfeitos com essa decisão, afinal de contas, se houve erro não foi provocado por nós. Não é justo cortar de uma hora para outra o salário dos trabalhadores, pois são pais e mães de família, gente que montou uma estrutura de vida baseada no salário que recebia”, disse José Sérgio, que classifica a atitude do diretor-presidente da Cohidro, Osvaldo Nascimento, como arbitrária e autoritária, embora diga saber que ele não está agindo sozinho, mas em função das determinações do governo estadual.

Os próximos passos dos trabalhadores ainda não foram definidos. As próximas manifestações deverão ser negociadas com o grupo a cada dia. O presidente do Sindisan falou que até o momento, nenhum trabalhador sabe de quanto será a redução salarial, embora alguns estimem ser de aproximadamente R$ 2 mil. Como decisão judicial não se discute, uma das soluções apontadas pelo sindicato da categoria é que a diminuição acontece de maneira escalonada e não de uma só vez.

“Poderia ser com o congelamento das gratificações por promoção que recebemos a cada dois anos, e que é de 7% de um nível para o outro. Esse percentual não seria fornecido até que o total a ser descontado fosse atingido. O que não dá é para depois de tanto tempo de recebimento certos valores serem cortados de uma hora para outra. Isso vai fazer, inclusive, com que a receita da associação caia consideravelmente. Ultimamente não temos ganhos em nada, só perdas. Já nos cortaram o setor médico que existia aqui e era responsável por cerca de 400 atendimentos/mês. Por que não se incomodam em investir na Cohidro, que há cerca de dois meses está com seu equipamento todo sucateado?”, questionou o sindicalista.

De acordo com Osvaldo Nascimento, a maneira como serão feitos os cortes ainda é passível de acordo sim, mas não na forma como fora proposto o primeiro, que seria o congelamento das gratificações bianuais de 7%. “Essa prática é completamente inviável. Estamos abertos a negociações, desde que as propostas apresentadas sejam viáveis”, disse Osvaldo Nascimento, frisando não haver nenhum tipo de perseguição aos funcionários, mas apenas o cumprimento da Lei. Confirmou que as reduções estão programadas para o final desse mês, e que deverá representar cerca de R$ 300 mil a menos na folha de pagamento. Explicou ainda que a decisão do TRT julgou ilegal as várias gratificações dadas pelos gestores que estavam à frente do órgão nos anos de 2005 e 2006, cujos percentuais variaram entre 10% e 400%.

O diretor-presidente comentou que o maior salário é de um funcionário que tem aproximadamente 25 anos de casa, possui nível superior e um vencimento de quase R$ 16 mil.

“Enquanto tem pessoas com a mesma formação, o mesmo tempo de casa e atribuições semelhantes que percebem entre R$ 5 e R$ 6 mil. Para se ter uma ideia de como esses reajustes foram concedidos de qualquer jeito, tem auxiliar administrativo, que é um dos níveis iniciais do órgão, ganhando no final do mês R$ 6.130, enquanto outros recebem R$ 1,7 mil, o que seria o correto, a depender do tempo de função”, citou Osvaldo Nascimento.

Fonte: Jornal da Cidade

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