sábado, 18 de julho de 2009

PRODUÇÃO DE VACINA BRASILEIRA DEVE ATRASAR POR FALTA DE FÓRMULA.

O Instituto Butantan, de São Paulo, ainda não recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) a fórmula da vacina contra a gripe suína, prevista para ser enviada no início do mês, o que torna inviável a produção no país do imunizante contra o vírus da gripe A (H1N1) ainda este ano, de acordo com a instituição. Sem condições de iniciar a produção a tempo, até o fim deste ano o Brasil terá de combater a doença com vacinas importadas.

O governo iniciou negociações com empresas que desenvolvem vacina para a gripe suína, segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. O Brasil tem 1.175 casos e 11 mortes provocadas pela gripe suína.

O governo pretende comprar também a vacina de gripe comum em 2010, para permitir que parte dos esforços do Butantan fique voltada para a produção da vacina contra gripe suína. Na semana que vem, o governo definirá a política a ser adotada. Esses preparativos seriam feitos para uma provável demanda no próximo ano.

"Trata-se de uma estratégia para uma eventual segunda onda da epidemia", afirmou Guimarães. O secretário contou que o desenvolvimento da vacina contra a influenza A(H1N1) esbarra em dois problemas. O primeiro deles é a capacidade dos fabricantes em abastecer o mercado:
"Já há um convencimento de que não haverá vacinas para todos no mundo", disse.

O segundo está relacionado à dificuldade no seu desenvolvimento: a vacina contra a gripe suína tem rendimento menor do que a da gripe comum nos laboratórios, o que pode atrasar o cronograma para a entrega. "Tudo o que está relacionado com vacinas é a médio prazo. Nada é imediato", disse Guimarães.

Segundo especialistas internacionais em saúde, quando a vacina contra a gripe suína estiver disponível, vários países poderão descobrir que os contratos que assinaram com a indústria farmacêutica podem ser quebrados.

Eles advertem que durante uma epidemia global, que é a situação mundial agora, os governos poderão se ver sob uma enorme pressão para proteger seus próprios cidadãos primeiro, antes de permitir que as indústrias exportem a produção de vacina para outros países.

Fonte: Jornal do Brasil

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