terça-feira, 1 de março de 2011

GOVERNO DO ESTADO GARANTE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ARACAJU COM A BARRAGEM DO RIO POXIM.

Foto:  Marco Vieira

A barragem, que é executada pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), via Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) vai ampliar o aproveitamento da água que circula diariamente na bacia do rio Poxim, responsável por cerca de 30% do fornecimento para a Grande Aracaju. Isso porque durante o inverno, período em que a vazão do rio é elevada por conta das chuvas, a maior parte da água (por falta de aproveitamento) é direcionada para o mar.

Já durante o verão, em que o fluxo cai para cerca de 350 litros por segundo, o abastecimento é prejudicado. A obra garantirá que durante os períodos chuvosos a água possa ser acumulada e futuramente utilizada nos períodos mais secos. A previsão de entrega está prevista para meados de julho deste ano.

O abastecimento da área metropolitana de Aracaju conta, além do Poxim, com outros sistemas importantes. São eles: adutora do São Francisco, Cabrita e Ibura. Bairros como Aruana, São Conrado, Augusto Franco, Padre Pedro, Capucho, Santa Maria, conjunto Governador Valadares, Orlando Dantas, Santa Lúcia, Beira Rio, Inácio Barbosa, Jabotiana, Atalaia e Mosqueiro serão diretamente beneficiados com a construção da barragem.

Estrutura

A barragem, considerada de grande porte, tem 1,35 quilômetros de comprimento, sendo 5 km² de lago, 25 metros de altura e 14m de profundidade. Para se ter uma ideia do potencial da obra, a barragem terá a capacidade de guardar até 36 milhões de metros cúbicos de água. A edificação da estrutura já está concluída, faltando apenas a complementação do desmatamento e alguns condicionamentos da licença ambiental para o replantio de mudas. Quando o replantio for finalizado, as comportas da represa serão fechadas para que se inicie o enchimento do lago.

O secretário de Estado da Infraestrutura, Valmor Barbosa, explica que, com a barragem, os rodízios em épocas de estiagem serão sanados. "Se for feita uma cronologia, vamos perceber que os rodízios aconteceram em Aracaju porque, no período de estiagem, os mananciais baixaram seus níveis e, consequentemente, afetaram o abastecimento. Mas com dois adventos importantes que são a duplicação da Adutora do São Francisco, que abastece cerca de 60% de Aracaju, juntamente com outros mananciais como Ibura, em Socorro, Cabrita, e o próprio rio Poxim, nunca mais tivemos rodízio”.

Valmor Barbosa disse ainda que a represa do Poxim vai servir como elemento regulador de vazão. “Quando a barragem estiver em operação, ela será imprescindível na regulação do abastecimento de água toda vez que a vazão do São Francisco diminuir, principalmente durante o verão. Nessa fase, a água represada durante o inverno será liberada de acordo com a demanda diária dos aracajuanos, e assim evitando o desabastecimento", disse.

O diretor técnico da Deso, Juarez Carvalho, afirma que a barragem é um investimento que vai assegurar conforto aos aracajuanos. "No período de verão, sempre sofríamos com esse problema de abastecimento. Teremos, pelo menos, nos próximos 20 anos, um abastecimento de forma confortável".

Licença ambiental

Tratando-se de uma obra grandiosa, os cuidados com o meio ambiente, no que diz respeito à fauna e flora, foram devidamente assegurados pela Diretoria de Gestão Ambiental da Deso, sob a chancela da licença ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A Diretoria de Gestão Ambiental da Deso se encontra à frente da supressão da vegetação e limpeza da área para que seja alagada. Além disso, realizou todo o plano de manejo dos animais, onde são capturados e tratados por veterinários em locais adequados para, após o alagamento da represa, serem soltos em áreas vizinhas.

De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Genival Nunes, a edificação da represa foi executada com todas as responsabilidades. "Com a licença ambiental, toda a vegetação foi identificada, mensurada, catalogada, e coletada sementes nativas dos 173 hectares da área que será inundada. As sementes foram germinadas e transformadas em mudas (40 mil mudas) que irão recompor o ambiente nativo no entorno da barragem, reconstituindo o ambiente natural. Os outros componentes do sistema, ou seja, os animais, estão sendo recolhidos para, depois, devolvermos à natureza", esclareceu.

Regularização

A obra da barragem foi iniciada em 2001. Quando a atual gestão assumiu o Governo do Estado, o Tribunal de Contas da União (TCU) estava investigando a obra e todas as ações que haviam sido paralisadas. Além disso, a gestão passada não tinha certidão de responsabilidade fiscal para acessar o crédito e realizar a arquitetura. Foi preciso o governo Marcelo Déda regularizar, colocar nos parâmetros do TCU e organizar o estado para conquistar a certidão e, a partir daí, contratar os empréstimos com a Caixa Econômica Federal para dar prosseguimento à obra.

Mais investimentos

O Governo de Sergipe está acabando definitivamente com um problema que assolava todo o estado e que tirava o sono de milhares de sergipanos: a falta de água. Agora, com investimentos maciços para melhoria dos serviços, Sergipe é o primeiro estado no Nordeste em rede de abastecimento de água.

Exemplo desta afirmação pode ser comprovado também com a duplicação da Adutora do São Francisco, entregue ano passado, e que também faz parte da reestruturação no abastecimento de água da Grande Aracaju, beneficiando mais de 500 mil pessoas. Com investimento de R$ 127,7 milhões, recursos oriundos dos governos federal e estadual, foi ampliado em mais de 70% a oferta de água. Com isso, a adutora passou a ter duas tubulações completas desde Propriá até Aracaju. Antes o sistema produzia 1.800 litros por segundo, agora são 3 mil litros por segundo.

Além dos R$ 85 milhões destinados à barragem, o Governo do Estado também investirá outros R$ 115 milhões na realização de obras complementares às melhorias desenvolvidas na bacia do rio Poxim. Os recursos também são oriundos do PAC, coordenado pelo Governo Federal.

Serão ampliados também a Estação de Tratamento de Água do Poxim e os centros de reservatório R5 e R6, localizados nos bairros Aeroporto e Jabotiana. O Governo de Sergipe também investirá em obras de esgotamento sanitário nos conjuntos Eduardo Gomes e Rosa Elze, e na recuperação ambiental da bacia do rio Poxim.

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