Autoridades do Japão informaram que existe o risco de uma segunda explosão na Usina Nuclear de Fukushima, que foi danificada pelo terremoto de sexta-feira (11) e que sofreu a primeira explosão no sábado (12). O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, afirmou que a usina pode aguentar o impacto de uma nova explosão e o reator nuclear não será danificado. Ele também garantiu que já estão sendo tomadas as providências para evitar uma segunda explosão. "Não podemos confirmar nada ainda. Há a possibilidade de que tenha ocorrido um derretimento dentro do terceiro reator".
Os engenheiros tentaram, mas não conseguiram resfriar o centro de um dos reatores com água do mar. Mas eles acreditam que a cobertura de concreto é forte o bastante para aguentar uma nova explosão e afirmam que não é provável que ocorra um derretimento. A Companhia Elétrica de Tóquio (Tepco), operadora da usina, afirmou que os níveis de radiação em volta da usina aumentaram acima dos limites permitidos.
Cerca de 170 mil pessoas foram retiradas das áreas próximas à usina. No sábado, o governo dobrou o tamanho da área de evacuação dos moradores, de um raio de 10 para 20 quilômetros em volta de Fukushima. Pelo menos 19 pessoas estão recebendo tratamento devido aos efeitos da exposição à radiação e dezenas de milhares de pessoas continuam a fugir da região.
De acordo com o correspondente da BBC em Tóquio Chris Hogg, um derretimento do reator 3 seria potencialmente mais sério do que o derretimento nos outros reatores, pois o combustível deste é urânio e plutônio, ao contrário do outro reator danificado, que usa apenas urânio.
A polícia do Japão afirmou que o número de mortos apenas na província de Miyagi pode passar dos 10 mil. Na província de Miyagi está o Porto de Minamisanriku, que foi levado pelo tsunami que ocorreu depois do terremoto de 8,8 graus de magnitude na escala Richter. A repórter da BBC Rachel Harvey, que está nos arredores de Minamisanriku, afirmou que as estradas para a cidade estão bloqueadas e as equipes de emergência estão encontrando corpos entre os destroços.
As autoridades japonesas tinham informado anteriormente que mais de 2 mil pessoas morreram ou estavam desaparecidas depois do tremor e tsunami de sexta-feira. Milhões japoneses continuam sem eletricidade no país e as autoridades estão aumentando as operações de ajuda à medida que a escala real da tragédia fica mais clara.
O governo anunciou que o número de soldados trabalhando nas operações de resgate e ajuda na região será duplicado para 100 mil. Equipes internacionais de ajuda estão sendo enviadas ao Japão, sob coordenação das Nações Unidas (ONU).
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já prometeu ajuda. Um porta-aviões norte-americano já está no Japão para ajudar na operação de resgate e um segundo porta-aviões está a caminho.
O repórter da BBC Damian Grammaticas está em Sendai, uma das cidades mais atingidas, e afirma que a cidade está muito destruída. Grandes contêineres usados para transporte marítimo foram lançados para a terra, contra os prédios. Comida, combustível e água estão em falta. "O tsunami foi inacreditavelmente rápido", afirmou Koichi Takarin, motorista de 34 anos que estava dentro de seu caminhão de quatro toneladas quando a onda gigante atingiu Sendai. "Carros pequenos eram levados à minha volta. Tudo o que eu podia fazer era ficar dentro do meu caminhão", disse.
A cidade de Rikuzentakada, na província de Iwate, foi quase completamente inundada. O canal de televisão japonês NHK informou que os soldados encontraram centenas de corpos no local. Ainda segundo o canal público de TV, as autoridades de Miyagi afirmaram que 7,5 mil pessoas da cidade de Minamisanriku foram levadas para 25 abrigos depois do terremoto. Mas eles não conseguiram entrar em contato com os outros 10 mil habitantes da cidade.
Fonte: BBC Brasil
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