Os 100 primeiros dias do governo Marcelo Déda foram alvos de críticas do líder da oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca. A publicidade governamental em torno do assunto também foi tratada no discurso desta terça-feira, 19. “Fiquei surpreso quando cheguei no aeroporto de Aracaju. No trajeto até o centro vi outdoor dos 100 dias e dos cento e trinta milhões de reais em obras. Me perguntei: será que desci no local errado”.
Para o líder da oposição, a publicidade é uma zombaria com a inteligência dos sergipanos. Venâncio disse que Marcelo Déda faz propaganda enganosa e que a peça publicitará deveria ser levada ao Procon. O parlamentar anunciou que irá encaminhar requerimentos aos secretários pedindo informações sobre as licitações, ordens de serviços e quanto o Estado pegou emprestado do Fundo da Pobreza. “Vou pedir ao colega Zeca (secretário) que mostre a quantidade de indústrias que vieram para Sergipe, pois ele procura até hoje e não acha. E a máquina está quebrada. O Fundo de pobreza tem um objetivo, que é ser direcionado para a área social e o que fez o governo do PT? Quebrou o Estado e passou a usar do fundo”.
Venâncio disse faltam professores e merenda escolar na rede pública estadual e que as escolas estão caindo. O deputado cobrou a implantação da gestão democrática que, segundo ele, era muito cobrada pelo PT quando o partido estava na oposição. “A gestão democrática que ainda não foi implantada nesse segundo governo (Déda) é como 'rastro de cobra', ninguém vê. O governo da deputada Ana Lúcia até agora não mandou o projeto para esta Casa”.
Na segurança pública, adverte o deputado oposicionista, o quadro é semelhante. Há cidades de 30 mil habitantes, segundo ele, com apenas dois policiais fazendo a segurança. Venâncio citou o caso dos bares erguidos pelo prefeito Edvaldo Nogueira, chamados por ele de 'ninho de pardais' pelo tamanho diminuto. Estavam sendo vigiados por guardas municipais e o grupo foi vítima da falta de segurança. “Os bandidos levaram as armas dos guardas municipais”, lamentou.
“Quero que alguém me apresente um único projeto executado na área da agricultura. No centro sul está tudo destruído, acabaram com a citricultura. Não há projetos para a agricultura, mas há projetos para criar cargos para os cabos eleitorais. E não há dinheiro e nem perspectivas para o aumento dos servidores”, prosseguiu o líder da oposição.
Na área de saúde, afirma Venâncio, o quadro é preocupante. O deputado afirmou que uma criança de dois anos teve um exame bancado por policiais militares por que a Fundação de Saúde não tinha recursos. O exame foi pago pelo Grupamento Tático da PM, que arrecadou dinheiro e pagou. O exame seria feito no São Lucas, mas a ambulância não apareceu para transportar a criança. “E a maternidade Nossa Senhora de Lourdes está superlotada. O diretor confessou que ia deixar o cargo porque não suportava mais”.
O deputado declarou ainda que o governo abre clínicas de saúde em cidades como Nossa Senhora da Glória onde o hospital regional está prestes a fechar. “A fundação tomou cinquenta milhões de erais emprestado e não tem como pagar. É mau pagador. A maior obra desse governo é o ônibus do Ceac Móvel, um escândalo que saiu na imprensa nacional”, observou. Para ele, o cem dias do governo Déda se escreve com o 's', “sem nada”.
O vice-líder da oposição, deputado estadual Augusto Bezerra, disse que nada de novo aconteceu no governo Marcelo Déda. “A Rota do Sertão é uma obra de outro governo, de João Alves. O hospital infantil não existe e não há aparelho para fazer radiografia. A oposição não vai ficar só na denúncia no caso do ônibus do Ceac Móvel, vamos encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado uma representação, pois venceu quem ofereceu o maior preço”.
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