quinta-feira, 30 de junho de 2011

NEUROCIRURGIAS PEDIÁTRICAS SÃO REALIZADAS COM SUCESSO NO HUSE.

Dores de cabeça, vômito, febre e dificuldade de se equilibrar. Estes eram os sintomas que a pequena Yasmim Karolaine Freitas dos Santos, de apenas dois anos e quatro meses, sentia e que preocupavam sua mãe, a dona de casa Claudia Freitas, 27. Há três meses, depois de uma tomografia e uma ressonância magnética, foi diagnosticado um tumor cerebral que já estava avançado. “Fiquei muito nervosa. Mas tive anjos em minha vida. Quando minha pequena foi encaminhada aqui para o Centro de Oncologia, o tratamento foi muito rápido e hoje ela já está operada e se recuperando muito bem”, declarou a dona de casa.

Esse diagnóstico também fez parte da vida da jovem Andrezza Bispo Bezerra, 12. De acordo com a sua mãe, a pescadora Josenalda Piedade Bispo, 30, residente no município sergipano de Brejo Grande, desde os dois anos de idade que a sua filha já apresentava os sintomas e nunca foi diagnosticado com precisão. Há dois anos, a jovem sofreu uma crise e a partir daí o caso foi levado a sério. “Tem dois meses que descobri que ela estava com um tumor na cabeça e me encaminharam para ser tratada na pediatria da Hildete Falcão. Quando cheguei para uma consulta de rotina, disse ao médico que ela tinha um problema na cabeça, o médico solicitou uma tomografia e a partir daí foi diagnosticado um tumor cerebral”, contou a pescadora.

De acordo com Josenalda, a cirurgia da filha foi um sucesso. “Graças aos recursos que encontrei aqui no Huse [Hospital de Urgência de Sergipe] e na oncologia, minha filha já foi operada e a cirurgia foi um sucesso. Só tenho a agradecer a Deus e pedir que ele abençoe a todos que cruzaram o meu caminho e me ajudaram de alguma forma”, afirmou, emocionada.

Resultados

Os esforços do Governo de Sergipe para atender a demanda por neurocirurgias já apresentam resultados positivos. Uma prova disso foi a realização dessas duas cirurgias para a retirada de tumores de cérebro no início deste mês, no Huse. Uma delas foi para retirada de um tumor de fossa posterior em contato com o tronco cerebral, realizada na pequena Yasmim. A outra cirurgia foi para retirada de um tumor gigante parental, realizada na jovem Andrezza, que já vinha desenvolvendo a doença por todos esses anos sem um diagnóstico adequado.

O neurocirurgião Rilton Morais, responsável pelas neurocirurgias pediátricas do Huse, relembra como esse serviço funcionava precariamente antes dos investimentos ofertados pelo governo. “Antigamente, o índice de mortalidade aqui era altíssimo. As crianças não tinham chance de realizar a cirurgia, morriam antes, e hoje nós conseguimos dar uma qualidade melhor devido aos investimentos que chegaram em materiais, equipamentos, estrutura e profissionais”, relatou.

De acordo com o neurocirurgião, é necessário corrigir os acessos ao atendimento desses pacientes. “O problema está no atendimento básico. Lá não são feitos os exames devidos, não tocam na criança, não examinam. Quando essas crianças chegaram aqui na oncologia do Huse, elas foram imediatamente examinadas e tiveram seus exames realizados. O que ajudou para a cirurgia ser um sucesso”, completou Rilton.

Oncologia

O Centro de Oncologia Dr. Osvaldo Leite foi implantado no Huse em 1996 e, desde então, oferece tratamento de ponta, com estrutura tecnológica avançada, seguindo a mesma linha dos principais serviços de oncologia do país. Exemplo disso é o serviço de radioterapia do centro, um dos poucos no Brasil a possuir tomógrafo dedicado, capaz de identificar precisamente o centro de uma lesão por meio de um sistema a laser.

A unidade conta com uma equipe multidisciplinar composta de profissionais das seguintes áreas: oncologia cirúrgica, clínica pediátrica, radioterapia, onco-hematologia, urologia, neurocirurgia, cirurgia de cabeça e pescoço; cirurgia torácica, clínica médica, clínica da dor, física médica, fisioterapia, psicologia, enfermagem, serviço social, odontologia, nutrição e farmacologia.

A coordenadora da Oncologia, Rute Andrade, destaca a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. “Temos várias cirurgias como neurológicas, cabeça e pescoço, vários tumores e cada vez mais o serviço sendo procurado. Temos uma preocupação de intensificar uma campanha de diagnóstico precoce. Às vezes o paciente é negligente, a família é negligente, mas o serviço público não pode ser negligente, a gente precisa correr atrás para chegar mais cedo. O problema está sendo como esses casos chegam aqui”, concluiu a coordenadora.

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