quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO E ADPESE ALERTAM AS ESCOLAS SOBRE O USO DE DROGAS.

A Defensoria Pública do Estado, através do Centro de Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública (Ciaps) e do Núcleo da Criança e do Adolescente, com o apoio da Associação dos Defensores Públicos de Sergipe (Adpese), iniciaram o ciclo de palestras sobre drogas nas escolas.

A primeira edição foi realizada no Colégio Estadual Tia Ágda Pereira, localizado no conjunto Marcos Freire I, no município de Nossa Senhora do Socorro. Durante a palestra, três defensores públicos e uma psicóloga falaram sobre o papel da Defensoria Pública, os serviços prestados pela instituição e mostraram as causas e efeitos das drogas lícitas e ilícitas no ser humano.

A corregedora geral, Isabelle Silva Peixoto, disse que a iniciativa visa mostrar aos pais e alunos os efeitos devastadores que as drogas causam na vida do usuário e na sociedade. “Resolvemos ministrar essa palestra em virtude do aumento de usuários de Crack no Conjunto Marcos Freire. Montamos uma equipe composta de defensores públicos que mostraram o papel da Defensoria Pública e uma psicóloga para conscientizar e alertar não só os alunos, como também os pais e a comunidade”, disse.

A presidente da Adpese, Gláucia Amélia Silveira, iniciou a palestra falando sobre a Defensoria e o papel do defensor público. “O cidadão que não tem condições de arcar com o custo de um advogado pode entrar com qualquer tipo de ação através da Defensoria Pública. A lei não é para ficar no papel e sim para ser aplicada. A Defensoria Pública também oferece outros tipos de atendimentos como o psicossocial. Antigamente, as pessoas tinham vergonha de buscar os seus direitos, mas isso mudou”, frisou, ao citar a criação dos Núcleos de Defesa da Mulher, Saúde, Defesa da Criança e do Adolescente, Direito do Consumidor, Bairros, entre outros que estão à disposição da população.
A psicóloga do Ciaps, Syrlene Besouchet, falou das sensações que drogas como álcool, crack, maconha e cocaína causam no organismo humano, e de como, a cada dia, surgem novos tipos de entorpecentes. Uma dessas novas drogas é o "Oxi" ou oxidato, uma variante do crack, sendo que é mais barata e ainda mais letal. “O que difere a Oxi das demais drogas é o vício que é instantâneo, ou seja, ao usar a primeira vez a pessoa já vicia. Sua composição contém querosene, cal, gasolina e outros produtos, por isso é considerada a droga da morte”, afirma.

O estudante do primeiro ano do ensino médio, Lucas Brendow Meireles dos Santos, 18 anos, assumiu que tem um colega usuário de cocaína. “Eu já o aconselhei muito, pedi para procurar ajuda, mas não me leva a sério. Às vezes ele fala que vai parar porque está gastando muito dinheiro, mas disse que não consegue. Fiquei assustado com tudo isso, mas hoje aprendi que devemos ter cuidado, pois não sabia que essas drogas provocavam tantas coisas ruins. Vou fazer de tudo para alertar os colegas”, promete.

A jovem Fabiana Santos Lima contou que tem um primo que é usuário. “Ele começou aos 14 anos com maconha e hoje tem mais de 25 e usa oxi. Já internamos muitas vezes, mas ele sai e volta a usar. Outro dia chegou ao ponto de tentar matar o padrasto com um pau e a partir desse acontecimento todos perderam a esperança de uma possível recuperação. Eu sentia muita raiva dele, mas agora sinto pena. Vou conversar com minha família e mostrar que ele é doente e precisa muito de nossa ajuda”, desabafa.

Segundo Syrlene Besouchet, o número de usuários de Crack e Oxi vem crescendo em Sergipe. “Por ser vendida ao preço que varia de R$ 2 a R$ 5, o consumo de Oxi vem aumentando assustadoramente. É preciso que os pais alertem seus filhos para não aceitarem doces ou balas de estranhos nas portas das escolas; que os jovens não se deixem influenciarem por amigos e acabar provando; prestar atenção nas mudanças de comportamento em casa e se está sumindo coisas de valor; estabelecer limites e dialogar com os filhos; acompanhar os estudos e verificar quem são suas companhias e nunca ter preconceito ou abandonar o usuário, pois ele é um doente e precisa de ajuda”, alerta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário