O vice-líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Augusto Bezerra (DEM), ocupou a tribuna na manhã de hoje (8) para defender que as Polícias (Militar, Civil e Federal) também investiguem a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), a SMTT de Aracaju, além de vários órgãos e secretárias do governo do Estado. O democrata fez o pedido baseado na cópia do depoimento de um dos suspeitos à Polícia Civil, preso na Operação “Castelo de Cartas”, da última segunda (6). Interrogado, o suspeito insinuou que teria prestado serviços para setores da gestão de Edvaldo Nogueira (PCdoB) e do governo de Marcelo Déda (PT).
Ao iniciar seu pronunciamento, Augusto Bezerra disse que voltou a defender as fiscalizações feitas pelos policiais nas cidades do interior do Estado, mas voltou a destacar a polêmica nota de um jornal dando conta que uma autoridade teria evitado que a Operação fosse realizada em determinado município. “A gente espera que todas as cidades realmente sejam investigadas, sem influência política. Quando você fala em um município, você envolve a todos que são próximos de Aracaju. Vou pedir ao Tribunal de Contas a relação de todas as obras feitas pela Prefeitura de Aracaju e pelas secretarias de Estado. E graças ao depoimento-bomba que tenho em mãos”.
Em seguida, o democrata disse que “o senhor Adilson Farias Pardo, preso na última segunda-feira pela Polícia Civil, prestou esse depoimento as delegadas Danielle Garcia e Nádia Vitolo. Ele era o responsável por esse sistema de carta-convite e deu uma relação de 43 empresas que, queira ou não, já são consideradas suspeitas. A Polícia Federal tem sido mais cautelosa; já a Polícia Civil chama a imprensa e atua de outra forma. Acredito que nem as delegadas esperavam por esse depoimento”.
“O cidadão enumera os municípios que ele prestou serviço, como Laranjeiras e Aracaju, por exemplo. Ele também disse que participou de procedimentos promovidos por órgãos e secretarias do governo do Estado. Ele chega a confirmar que transferiu dinheiro para a conta de Adonias Costa Lisboa, que é funcionário da Secretaria de Estado da Educação. Ele revela inclusive que também mandou dinheiro para a mãe do cidadão, de nome Regina Nogueira Costa Lisboa e outras pessoas que conseguiam obras da Educação para ele executar. Disse ainda que seu contato na Educação era o engenheiro Romildo e que Adonia é proprietário da Adocon. Eu não sabia que um servidor da Educação podia ser dono de firma”, completou.
Ainda em sua denúncia, Augusto Bezerra disse que “no seu depoimento, Adilson Pardo disse que prestou serviços para a Cehop e para outros órgãos da administração estadual para execução de obras como o Hospital de Propriá, de 10 a 15 Clínicas de Saúde da Família, reforma de 14 delegacias, trabalhou na Seplan, na Seides, fez o posto rodoviário da Caueira, trabalhou na Emdagro, no Incra, na PMA e na SMTT. Enfim, para essa Operação ter credibilidade, a Polícia Civil tem que investigar a Prefeitura de Aracaju, a SMTT e esses órgãos e secretarias de Estado citados por ele”.
Por fim, Augusto disse que “ele (Adilson) confessou que mandava dinheiro para servidores da Educação estadual. Isso me dá condição para entrar com um pedido junto ao Tribunal de Contas de todas as obras, cartas-convite e dispensas de licitação feitas pela PMA, SMTT e pelas secretarias e órgãos do governo. Sobre os depósitos, para confirmar, bastar ir ao banco e pegar os extratos. A polícia civil é uma instituição séria e vai investigar todos esses órgãos”.
“Será que uma empresa que cometeu crime no interior não cometeu em Aracaju? Será que lá foi errada e só aqui foi correta? Não é uma questão partidária e eu vou ver quem serão os deputados que terão coragem de assinar a CPI das cartas-convite. Até para evitar que só paguem os bodes expiatórios”, completou.
Em aparte, o deputado Venâncio Fonseca (PP) parabenizou o democrata pelo discurso e disse que “fez um pronunciamento cauteloso, lendo parte dos depoimentos prestados por pessoas que estão sendo acusadas e prestes a serem indiciadas. Ele revela como se comportava e como era a relação sobre as cartas-convite. Augusto só exigiu que a apuração seja feita para todos, com igualdade; que da mesma maneira que apurem as prefeituras do interior, que é correto, que também investiguem a Prefeitura de Aracaju e as secretarias e órgãos do governo. Essa é a maneira correta de fazer oposição e que o trabalho continue sendo feito”.
Reajuste – Augusto disse ainda que conseguiu as assinaturas necessárias para garantir a tramitação de uma emenda ao projeto de reajuste do magistério exigindo que o governo pague todo o piso dos professores entre os meses de agosto e dezembro de 2011.
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