A abertura da Campanha Federal pelo Desarmamento que se inicia amanhã, sexta-feira foi o assunto abordado pela deputada Ana Lúcia (PT) na sessão realizada na manhã desta quinta-feira, dia 5, na Assembleia Legislativa. Mais uma vez as armas serão trocadas por prêmios, e a novidade da Campanha neste ano é que as armas arrecadadas serão incendiadas antes de serem devolvidas para a Polícia Militar. A deputada informou que a Secretaria de Estado de Direitos Humanos estará coordenando esta campanha, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública, e está formando um comitê para efetuar as ações, que já conta com o apoio da OAB-SE. “A campanha de 2004 foi um sucesso. Os dados apresentados naquele período mostraram que ela evitou 5 mil assassinatos. Isso é importante porque nós somos um país que tem 16 milhões de armas de fogo, sendo que 14 milhões delas estão nas mãos de pessoas da sociedade civil e não de militares. Então é um país em que 63% dos homicídios são com armas de fogo, aqui em Sergipe o índice é de 51% dos homicídios. É um índice muito alto, e boa parte das vezes a arma é usada no lar, então o perigo para as famílias é muito grande. Tanto para o homem adulto como para nós mulheres, que estamos vendo que há um elevado índice de homicídio também contra as mulheres, mesmo à medida em que avançam as políticas públicas para as mulheres, ainda há uma cultura muito machista e muito conservadora”, observou. Ana Lúcia lembrou que 80% das armas apreendidas em assaltos e roubos é comprada de maneira legal e transferida ilegalmente. A deputada acrescenta que no ano passado o estado de Sergipe se destacou por ter sido o Estado que mais recolheu armas de fogo. “Neste ano esperamos que o nosso estado possa ter o mesmo destaque, não só por ações do Governo Estadual, mas por compromisso da sociedade civil”, avaliou. Ana Lúcia defendeu a importância de desmistificação sobre o assunto, pois muitos brasileiros ainda acham que as armas geram segurança. “Nós temos que combater a violência em várias frentes. Não adianta só ficar com o discurso. Quem mais sofre e morre nos homicídios aqui no Brasil são os jovens, principalmente os que tem idade entre 19 e 24 anos, superando em alguns casos os acidentes de trânsito”, argumentou. A deputada comparou os Estados Unidos, que é muito liberal na compra de armas e o 8º país mais violento do mundo, com a Austrália e o Japão, que proíbem a venda de armas de fogo. Ana Lúcia divulgou que cinco anos após a proibição do uso de armas na Austrália os homicídios caíram em 50%. E a cada três brasileiros que usam armas para se defender em assaltos, dois morrem.
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