quinta-feira, 12 de maio de 2011

QUALIDADE DA ÁGUA DA DESO É TEMA DE DEBATE NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.

O presidente do Conselho Regional de Química de Sergipe, Petrônio Rezende de Barros, proferiu uma palestra, na manhã desta quinta-feira (12), na Assembleia Legislativa, com o tema “Água da Deso tratada por pessoal não habilitado na área de Química”. A ida de Petrônio atendeu a um requerimento de autoria do deputado estadual Arnaldo Bispo (DEM).

Em sua exposição, Petrônio Barros apresentou uma série de denúncias, com dados, de anormalidades que acontecem em estações de tratamento da Deso espalhadas por todo o Estado. Dentre elas, o pessoal responsável pelo tratamento da água não é habilitado na área de Química, sem contar que até auxiliares administrativos são responsáveis pelo serviço. Outra irregularidade apontada pelo presidente é que o controle de qualidade de água está sendo realizado com a utilização de kit de piscina.

“Além disso, estão adicionando aleatoriamente produtos químicos no sistema de tratamento de água; a falta de conscientização das pessoas que fazem o tratamento resulta no descarte do hidróxido de alumínio em efluentes sem o devido tratamento; outra anomalia é a inexistência de local apropriado para as refeições dos operadores e, em alguns casos, a alimentação se confunde com produtos químicos; outra coisa grave é que a área de mistura de produtos químicos está em desacordo com o SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde)”, explicou o presidente do Conselho.

Petrônio Barros denunciou ainda que o almoxarifado para armazenamento de produtos não condiz com as normas regulamentadoras; que a maioria das estações de tratamento da Deso não possuem um laboratório para controle da qualidade da água, mas sim bancadas improvisadas com ausência de vidrarias e com vasilhames não condizentes para as análises. “Outra coisa grave é que algumas estações da Deso, se comparadas com as de Tratamento de Petróleo, ficam aquém. Além disso, não existe um vigilante patrimonial para dar segurança ao Operador que fica isolado 24 horas e acaba alvo dos ladrões”.

Ainda em sua denúncia, o especialista colocou para os deputados que “o Conselho Regional de Química denunciou a Deso no Ministério Público Federal, no Ministério Público Estadual e na OAB/SE. É impossível a Deso controlar a qualidade da água, diariamente, nas 155 estações de tratamento com apenas 19 profissionais de Química, sendo que apenas cinco possuem curso superior. Enquanto isso, a Deso e a Vigilância Sanitária dizem que a água fornecida aos consumidores é boa e potável. Me chamam de terrorista, de Bin Laden, irresponsável e mentiroso”.

“Isso machuca a gente porque nós estamos apenas cumprindo com a nossa obrigação de fiscalizar. Eu entendo que a qualidade da água que será fornecida ao consumidor ficará comprometida com esse pessoal não habilitado em Química fazendo o tratamento. Enquanto isso a população está denunciando e os laudos sinalizam que a água fornecida pela Deso não atende a portaria 518/2004 do Ministério da Saúde. Ao todo são 270 profissionais analisando a água da Deso, sendo que apenas os 19 já citados são químicos ou são técnicos da área. Hoje são necessários 357 profissionais para o serviço, sendo que 314 devem, ao menos, ser técnicos e 43 químicos”, completou Petrônio.

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