Um clima de tensão e de insegurança. É assim que o interior está vivendo, de acordo com relato do líder da oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca, que usou a tribuna para falar sobre a audiência pública na Câmara Municipal de Boquim sobre Segurança pública. O parlamentar disse que o encontro teve a participação dos deputados estaduais capitão Samuel e Luiz Mittidieri, além de representantes da população e das igrejas locais.
“O Capitão Samuel fez uma brilhante apresentação, além do meu conterrâneo Luiz Mittidieri, e os nove vereadores de Boquim. A audiência começou às nove da manhã e foi até duas da tarde. Foi um debate muito importante. Capitão Samuel e eu ficamos impressionados pelos relatos de vereadores e membros da população”, disse Venâncio, lembrando que quase todas as igrejas já foram roubadas em Boquim. “Isso tem sido constante. Ontem à noite roubaram uma moto na cidade”, comentou.
O líder da oposição disse que o delegado da cidade também impressionou pelo relato forte. “A situação das delegacias foi mostrada pelo presidente do Sindicato dos Delegados. Tem cidade onde a delegacia funciona num posto de saúde, sinal de que o posto de saúde deixou de funcionar. Nunca vi uma situação como essa relatada pelos delegados”, afirmou o deputado, destacando o fato de Boquim possuir apenas um escrivão e apenas três policiais. Um civil e dois militares.
“Boquim vai realizar uma micareta e já pediu ajuda ao governo, porque é uma festa tradicional. Em muitos municípios a Justiça proibiu festas porque não há segurança, como é o caso de Estância. A banda Seaway fez um arrastão naquela cidade e houve mortes. Muitas festas tradicionais deixam de ser realizadas por falta de segurança”, lamentou o líder da oposição, que pede mais segurança no município. “Em Boquim, às nove da noite já não se anda pela cidade, a população se recolhe com medo, medo de assaltos, das drogas”.
Venâncio Fonseca disse que o delegado afirmou que tem armas na delegacia, mas não tem pessoal. Segundo ele, Boquim é uma cidade de 25 mil habitantes que precisa de mais segurança. “É o mesmo caso de Itabaianinha, está do mesmo jeito. Tudo isso é falta de planejamento. Se constrói uma delegacia de porte em Telha, que ainda não foi inaugurada, mas não existe delegacia em Lagarto e Estância. Isso é falta de estudo, de planejamento”, lamentou.
O deputado disse ainda que em Simão Dias existe uma delegacia nova, construída há anos, que não foi inaugurada. A população colocou uma placa de vende-se. “O governador anunciou o envio de um grupo de inteligência para Boquim, mas a cidade precisa de mais policiais. O padre disse que não pode ter mais um santo, porque estão levando tudo. Levaram o som, levaram tudo”, observou. Venâncio declarou que o município que não tem soldado, não tem segurança. “É brincadeira. Agora anuncia um concurso, mas para quando? No fim do mandato, para o outro pagar? O interior do Estado clama por segurança. Ninguém pode ter nada porque os marginais chegam e levam tudo”.
“A audiência na Câmara Municipal de Boquim funcionou como uma sessão da Assembleia Legislativa. Os vereadores são cobrados pela população e pede o apoio dos deputados. O Estado arrecada para isso, deve cumprir o dever constitucional de garantir a segurança. Nos últimos anos aumentou a criminalidade em 48% em Sergipe. Ligue o rádio de manhã para saber o balanço, que é de 20 a 30 corpos em média. Falta rabecão para buscar os corpos. É um desgoverno”, concluiu.
O vice-líder da oposição, deputado estadual Augusto Bezerra, disse que soube da notícia sobre seis bares que foram assaltados na madrugada de hoje na Aruana. “Esse governo é lento, não manda para essa casa o concurso para policiais, e o reajuste. Bares e o comércio estão sendo assaltados e não se toma providência”.
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