terça-feira, 22 de maio de 2012

TRABALHO ESPECIALIZADO DA POLÍCIA MILITAR GARANTE PAZ NOS ESTÁDIOS NO SERGIPÃO 2012.

Quem já assistiu a uma grande partida de futebol em um estádio sabe o quanto as emoções das pessoas se manifestam quando o time querido vai ao gramado, especialmente quando é para decidir um título. E para garantir que, nos momentos de mais ação e de sentimento intenso, ninguém saia ferido ou o espetáculo da bola seja prejudicado, entram em cena equipes especializadas da Polícia Militar de Sergipe, com destaque para o Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq).

Antes de qualquer torcedor ligar o rádio companheiro ou sentar na arquibancada, antes mesmo dos jogadores calçarem as chuteiras ao se prepararem para o jogo, a tropa de Choque da PM já está de prontidão em todos os setores das arenas, para garantir a paz e proteger torcedores, atletas, técnicos, repórteres, entre outros profissionais.

No domingo, 20, os treinadores Celso Teixeira, do Itabaiana, e Gilberto Pereira, do Confiança, fizeram as preleções para suas equipes, que iriam decidir o título do Campeonato Sergipano de 2012, no Estádio Lourival Baptista, em Aracaju. Da mesma forma, e com maior antecedência, o comandante do BPChq, major Carlos Rolemberg explicou ainda na sede da unidade, o que havia preparado em sua prancheta para que a equipe realizasse na partida.

"Qualquer jogo é importante para nós, é uma decisão, pois envolve a segurança de pessoas. E se tratando de um evento que chega a reunir mais de 10 mil torcedores, essa responsabilidade se multiplica exponencialmente. Por isso, assim como no futebol, nós nos qualificamos, treinamos, planejamentos e cobramos muito para que tudo dê certo", explica.

Tudo começa com reuniões prévias, durante a semana, entre os oficiais do BPChq e também com representantes de clubes, da administração do estádio, torcidas organizadas e Federação Sergipana de Futebol. A coordenação é do Comando do Policiamento Militar da Capital (CPMC), tendo no Choque a maior parte do contingente. Já no dia do jogo, por das 13h30, acontece a apresentação de todos os que vão estar no serviço, na sede do BPChq.

São cerca de 60 soldados por partida. Assim como os jogadores utilizam caneleiras e chuteiras, os soldados recebem os equipamentos de proteção individual e armamentos não-letais para contenção de distúrbios, como capacete, colete, bastão e escudo. Em seguida, todos se posicionam ordenadamente no centro do quartel e o major Rolemberg faz a preleção sobre os trabalhos do dia e os instrui sobre o que pode acontecer de adverso - e como as equipes devem se comportar nesses casos. A partir daí, há o embarque em ônibus e caminhonetes para o Batistão, que ainda está vazio.

Ainda sem qualquer movimentação dos torcedores, por volta das 14h15, todo o efetivo é distribuído. Parte dos homens e mulheres - elas são cerca de 5% no Choque - é designado para formar patrulhas nas arquibancadas e acessos, cerca de de 10, com uma média de cinco integrantes, cada uma.

Os policiais militares também realizam o isolamento das torcidas rivais, a tomada de pontos vulneráveis (como escadas e portões) e a seguranção da comissão de arbitragem. Um grupo do Canil é designado especialmente para se posicionar com cães, altamente adestrados, nos extremos do campo, para entrarem em ação em caso de invasão de torcedores. Essa movimentação é toda verificada para que, uma hora antes do início da partida esteja tudo pronto. "O acompanhamento é constante, seja visualmente, ou via rádio", explica Rolemberg.

É nesse momento, quando toda a estrutura de policiamento está pronta, que acontece a abertura dos portões, às 15h. Do lado de fora do estádio, outras unidades da Polícia Militar reforçam as rondas, com o auxílio de carros, motocicletas e cavalos. "Essa tarefa visa evitar brigas e agressões, roubos e furtos, e também para ajudar no controle do trânsito nas imediações dos estádios. Essas outras companhias da PM estendem essa vigilância por um perímetro de quilômetros, incluindo a atenção destacada a terminais de ônibus e praças, onde por haver o encontro e a aglomeração de torcedores", comenta o major. "Há uma tensão natural , por conta da rivalidade, mas a Polícia Militar procura cuidar para que não haja espaço para manifestações contra a paz e o respeito às leis", acrescenta o comandante.

É nesses momentos - antes e após as partidas - que costumam acontecer abordagens aos grupos de torcedores, para se verificar se há alguém portando drogas e com armas, bombas ou outros objetos que ofereçam perigo (como paus e pedras). "É uma espécie de varredura preventiva e que dá apoio ao trabalho que é feito nos portões de acesso, com policiais militares utilizando detectores de metal e as mãos, em alguns casos, para fazer a revista pessoal a cada pessoa que entra no estádio", esclarece. Neste domingo, por votla das 16h40, um torcedor do Confiança chamou a atenção da equipe do sargento Alvanir e foi feita a verificação. Durante a abordagem, o jovem foi flagrado, já na arquibancada, com uma cápsula de plástico contendo cocaína, e foi então conduzido à Delegacia Plantonista. "Mas há casos que os indivíduos tentam adentrar com navalhas ou artefatos explosivos", cita o oficial.

Enquanto a partida se desenrola, o serviço do Choque transcorre tranquilo. Uma equipe sempre se posiciona para acompanhar a comissão de arbitragem do vestiário até o campo no início de cada etada do jogo, e refaz o caminho no setido contrário ao final dos turnos. Sem incidentes maiores - não houve briga em campo ou desentendimentos na aquibancada durante os 90 minutos - e a partida é encerrada.

O Itabaiana segurou a vantagem que tinha, de poder tomar até um gol e é campeã estadual. A torcida azul deixa o estádio, enquanto a tricolor comemora o título. Um novo cordão de isolamento é feito, agora no campo, para evitar que alguém invada o campo ou que algum membro do Itabaiana provoque os torcedores do Dragão. Há a entrega do troféu aos vencedores e novamente o Choque faz o acompanhamento dos torcedores do Tremendão aos ônibus que os levarão até o município serrano que dá nome ao time, distante 56 quilômetros da capital.

Somente à 19h30, após a retirada de todos os torcedores e jogadores, a tropa de choque se retira do Estádio Lourival Baptista. Mesmo asism, as tarefas não se encerram. Às 20h, duas equipes do BPChq seguem para a cidade de Itabaiana a fim de apoiar o policiamento na festa da vitória do Campeão Sergipano da Série A1 de 2012, que segue pela noite, com direito a desfile do time em caminhão do Corpo de BOmbeiros.

"Encerramos mais uma batalha. Agora é voltar a se preparar para os trabalhos na Copa Governo do Estado, Campeonato Sergipano da Série A2 e Campeonato Brasileiro da Série D. Graças a Deus, em mais de 100 jogos que fizemos a segurança das partidas em estádios da capital e do interior neste ano, nenhum fato mais grave foi registrado. Esperamos continuar desempenhando esse papel, com a ajuda de cada policial militar do Batalhão de Choque e da corporação como um todo", agracede o major Rolemberg.

Confiram as fotos do trabalho realizado pelo BPChq na partida do último domingo:




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