O deputado Augusto Bezerra (DEM), vice-líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, informou em discurso realizado na sessão desta segunda-feira, dia 6, que vai levar ao Ministério Público Federal (MPF) o caso do residencial que está sendo construído no bairro Lamarão, em Aracaju. O motivo, segundo o parlamentar, é que as 410 residências que estão incluídas numa obra do Ministério das Cidades e Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 17 milhões, não possuem rede de esgoto.
Augusto Bezerra disse que na manhã de hoje esteve visitando a obra, inclusive com a presença do presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Osvaldo Nascimento, e percebeu que o mangue foi aterrado para a construção das casas. Segundo ele, os lotes de cada residência são de 6mx16m e a casa toda tem 49 metros quadrados. “E veio R$ 17 milhões para isso e não é porque a pessoa é pobre que vai fazer uma casa dentro do mangue, num local insalubre e que não tem rede de esgoto”, declarou.
O parlamentar disse que o prefeito gastou o valor de R$ 17 milhões para o residencial e vai fazer a entrega sem ter feito a licitação do esgoto. Ele disse que aproveitou a presença de Osvaldo Nascimento e pediu a ele para ver a rede de esgoto e ele informou que ainda iria ser licitada. “Licitar para quê? Para o novo prefeito. Estou entrando no Ministério Público não para empatar a entrega das casas, mas para que seja feita a rede de esgoto, porque do jeito que está não sobrou nem lugar para colocar a fossa”, disse.
Augusto Bezerra acrescentou que por conta disso vai ser feita uma estação elevatória para mandar os dejetos para o lado do município de Nossa Senhora do Socorro. “Estão brincando. O custo disso é maior que o das 410 casas. Vão terminar as casas sem o esgoto. Só tem uma vantagem: se faltar almoço, o pessoal pega caranguejo na porta de casa, porque estão literalmente dentro do mangue”, ironizou o deputado. O deputado disse que amanhã, com mais tempo, irá fazer uma discussão mais ampla sobre esse assunto, bem como levar o caso ao Ministério Público Federal, porque nenhum loteamento ou conjunto pode ser entregue sem saneamento básico.
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