O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa, usou a tribuna nesta quarta-feira (8) para criticar duramente a ação isolada de alguns procuradores do Estado. Segundo ele, a atuação política de um determinado procurador que tem concedido entrevistas em emissoras de rádio é tão escancarada que seria melhor pensar na criação de um novo partido, o PGE (Partido Grandioso Estadual). “Ouvi no rádio uma entrevista do procurador com teor político, e não técnico, como deveria ser”, frisou o parlamentar. De acordo com Gualberto, que não citou nomes em seu pronunciamento, na entrevista o procurador havia dito que o órgão está trabalhando para diminuir o número de cargos em comissão dos próprios procuradores. “Aí cabe a pergunta: há quantos anos esses cargos de confiança estão à disposição deles? Por que somente agora descobriram que são desnecessários?”, questionou, lembrando que o governo de Marcelo Déda já reduziu consideravelmente esse número. Até dezembro de 2006, 2,1% da folha do Estado eram pagos aos comissionados. Hoje esse número foi reduzido para 0,92%. O deputado Gualberto estranha essa atuação dos procuradores justamente num período eleitoral. “Deixo claro que não sou contra a atuação política de ninguém. Pelo contrário. Mas é preciso colocar os pontos nos “is”. Se se trata de uma procuradoria de Estado, deve atuar como tal. Mas se for um grupo política, a serviço de alguém, que assumam”, cobrou o petista. “Já percebemos que a atuação é contrária ao nosso governo e nossos candidatos”. Gualberto ressaltou ainda que recentemente um grupo de procuradores ingressou com uma representação contra o ex-secretário de Estado da Educação, José Fernandes de Lima, por motivo aparentemente vago. “Alegam que o ex-secretário, que é um homem extremamente capacitado e de bem, havia cometido irregularidades na contratação de servidores temporários, sendo que essa contratação foi sugerida pela própria PGE”, queixou-se o deputado, lembrando que hoje Fernandes Lima preside o Conselho Nacional de Educação, em Brasília. “A tese que defendo é que as ações desse procurador são contra o nosso governo e fora do foco da instituição. É a busca de uma mobilização política, mas as contradições são muitas, pois esse não é o papel de um órgão de consulta e representação do Estado”, analisou Francisco Gualberto, aproveitando para fazer um apelo: “Parem de tentar encurralar o nosso governo. Ajam dentro da lógica. Orientem o que está errado, mas não usem o órgão como instrumento político para atender interesses de quem quer que seja”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário