O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) demonstrou receio e decepção com a Prefeitura de Aracaju que anunciou a abertura de edital de licitação para a operacionalização da folha de pagamento dos servidores municipais. Em outras palavras, segundo Gualberto, isso significa a venda da conta mantida hoje no Banco do Estado de Sergipe (Banese). “Não adianta argumentos. Essa medida fragiliza o banco”, denuncia o petista. Para ele, a verdadeira intenção do prefeito João Alves é preparar o terreno para uma futura privatização do Banese, um dos cinco únicos bancos estatais que sobreviveram à onda de privatizações promovida pelo governo de Fernando Henrique Cardoso na década de 1990. “Ao enfraquecer o banco hoje, ele prepara o Banese para a privatização amanhã, já sonhando em um dia poder voltar a governar o Estado”, analisa Gualberto. “Não tem novidade nenhuma. O partido de João Alves (DEM) é privatista. Eles defendem o Estado mínimo”. Atualmente, o Banese é responsável por centralizar as operações financeiras do município. Mesmo assim, a prefeitura alega que através da medida um novo banco será escolhido para centralizar o pagamento e a coleta da PMA. A estimativa é de que sejam arrecadados R$ 40 milhões através do edital. “Inclusive, essa atitude vai de encontro ao pensamento de todos os deputados desta Casa que sempre defendem o fortalecimento do Banese”, cobra o parlamentar, lembrando que o sistema de portabilidade, quando o servidor/cliente tem o direito de escolher sua instituição bancária, já é regulamentado pelo Banco Central. “Mas isso é diferente. Envolve uma vontade própria do servidor”, explica. De acordo com Francisco Gualberto, ao querer dizer à população que a medida não trará prejuízo algum, os secretários municipais Nilson Lima (Finanças) e Luciano Paz (Planejamento) subestimam a inteligência do sergipano. “Dizer que vai permanecer com a conta única no Banese é uma piada. Nenhum outro banco vai querer captar e operacionalizar todos os recursos da prefeitura e depois transferir para a conta do Banese. Isso não existe”, afirma o deputado. “Portanto, lamento pela intenção de João Alves em querer enfraquecer o banco do nosso Estado”.
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