sexta-feira, 22 de julho de 2011

POLÍCIA CIVIL DETALHA RECAPTURA DE ASSALTANTES DE FÁBRICAS.

A Polícia Civil apresentou na manhã desta sexta-feira, dia 22, detalhes da operação realizada para recapturar os dois homens que fugiram da cela do Comando de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil na noite do último dia dia 10 de julho. O diretor do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), delegado Everton Santos, e o coordenador do 1º Núcleo de Investigações do Cope, delegado André Baronto, relataram como foi o trabalho para localizar e prender a dupla na noite desta quarta-feira, dia 20, em Aparecida de Goiânia (GO). Rafael Santos Magalhães, 28 anos, e Félix Alcântara Neto, 28, são acusados de integrar uma quadrilha que assaltou fábricas em Sergipe e em outros estados.

Everton abriu a coletiva à imprensa, em seu gabinete, comentando a investigação sobre a fuga. "Nós, do Cope, ficamos muitos tristes com a noticia de que eles escaparam. O pessoal do plantão não conseguiu enxergar o momento da fuga e nós ainda fizemos diligencia na nossa retaguarda, com meia hora de atraso aproximadamente. Eles foram rápidos e alcançaram o conjunto Veneza e a BR-235, onde subiram num onibus e retornaram para o Centro de Aracaju. Lá eles dormiram numa pousada e conseguiram contato com familiares e amigos. Aí eles conseguiram fazer deposito nas conta deles, transferiram dinheiro para o dono da pousada e daí foram para Maceió, depois Petrolina e em seguida, para Goias", relatou o delegado.

O diretor do Cope explicou que conseguiu o apoio do Departamento de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Goias, pois saiu de Aracaju só depois que já tinha a certeza de que os foragidos estavam em Goiás. "Foi exatamente por conta dos assaltos que eles fariam por lá, quando foram presos da primeira vez, que localizamos a residência onde eles estavam, em Aparecida de Goiania. No momento em que fizemos o cerco à residencia eles não estavam dentro dela. Nós os localizamos a 400 metros da casa deles. O Félix ainda conseguiu empreender fuga. Tive que perseguí-lo ainda por uns 40 metros, até que ele invadiu uma residencia, mais consegui alcançá-lo em um dos quartos. Os dois foram presos e conduzidos para o Deic", resumiu

Sobre a fuga da carceragem do Cope, Everton assumiu o ônus pela falha na estrutura da cela. "Na verdade eu não percebi que a grade estava danificada. Eles me contaram ontem que a grade estava com a solda, solta, e só foi eles puxarem para ela cair. Na verdade, eles aproveitaram uma falha minha, como diretor. Eu não visualizei que a poderia ser danificada com qualquer força que fosse aplicada. Assim eles fizeram e depois imprimiram fuga. A resposta nossa está aí. Era uma questão de hora localiza-los e eles estão aqui, de volta, e nós os apresentaremos ao poder judiciário na próxima segunda-feira", adiantou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado André Baronto, os presos reforçaram em seus depoimentos que não houve facilitação de fuga. "Com a conversa informal que tivemos com com eles, verificamos que não houve qualquer tipo de facilçitação nessa fuga. O que houve foi uma falta de manuntenção nas grades. A grade já estava com um defeito que não tinha sido identificado e isso acbaou permitindo a fuga. Mas nós identificamos a fuga imediatamente e, por consequência, realizamos as diligências e investigações necessárias até efetuarmos a prisão deles na região metropolitana de Goiania", acrescentou.

Histórico

Rafael Santos Magalhães e Félix Alcântara Neto são integrantes da quadrilha que assaltou no mês de maio deste ano as fábricas Maratá e Fruteb, situadas em Itaporanga D´Ajuda e São Cristóvão, respectivamente. Eles e outros três comparsas foram presos nos estados de São Paulo e Goiás semanas após os crimes. Os outros integrantes do grupo continuam detidos no Presídio do Santa Maria, para onde Rafael e Félix serão levados depois de desembarcarem em Aracaju, prestarem esclarecimentos sobre a fuga e serem apresentados à justiça. À época, ambos permaneceram por mais tempo no Cope por conta de falta de documentação pessoal verdadeira.

No momento da prisão em Goiânia, a dupla estava sozinha numa casa, localizada na região metropolitana da capital goiana. Ambos ainda tentaram escapar pelos fundos da residência, alugada há poucos dias, mas foram cercados, contidos e presos para serem reconduzidos a Aracaju nesta quinta-feira. A recaptura foi realizada por uma força-tarefa liderada pelo diretor do Cope, delegado Everton Santos, pelo coordenador do 1º Núcleo de Investigação do Cope, delegado André Baronto, pelo coordenador operacional da unidade, agente Thiago Cahino. As ações contaram ainda com apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) da Polícia Civil de Sergipe, do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar de Sergipe, e do Departamento de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Goiás.

À época do assalto em Sergipe, os homens subtraíram R$ 140 mil da Com a prisão a Polícia Civil conseguiu desarticular a quadrilha que estava agindo em vários estados e cujos integrantes estavam utilizando documentos falsos, devido à extensa ficha criminal. O modo de operação dos criminosos e o sotaque dos integrantes da quadrilha nas duas ações chamaram a atenção dos investigadores, que encontraram semelhanças nos dois assaltos. Dos cinco presos, dois foram detidos em São José do Rio Preto (SP) e três em Goiânia (GO).

A quadrilha se especializou em fábricas por notar que os caminhões de distribuição faziam o recolhimento do dinheiro sem o auxílio de carros fortes, nos finais de semana. O ponto de encontro do grupo era sempre o estado de Goiás, de onde eles partiam em dois veículos para as cidades alvo. Rafael é líder do bando e foragido do estado de São Paulo, onde responde processo com o nome falso João Rafael de Alcântara; Felix apresentava a identidade falsa Bruno de Jesus do Nascimento e é foragido do estado paulista por tráfico de drogas.

Os outros presos - que continuam custodiados no presidio do Santa Maria - são os irmãos Lucas Pirane Bote, 26, e Deivid Pirane Bote, 28; e Weder Daniel dos Santos, de 28. Nenhum dos envolvidos era natural de Sergipe.

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