terça-feira, 27 de outubro de 2009

LÍDER DA OPOSIÇÃO PREOCUPADO COM PACIENTE QUE ESPERAM PARA FAZER RADIOTERAPIA.

Foto: Maria Odília

O problema enfrentado pelos pacientes portadores de câncer que estão na fila aguardando para dar início às sessões de radioterapia no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) foi tema do pronunciamento do líder da bancada de oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), na sessão da Assembleia Legislativa desta terça-feira, 27. O parlamentar externou sua preocupação com a situação dessas pessoas, que são vítimas de uma doença que não pode esperar para ser tratada.

“O tratamento de câncer é urgente, não pode esperar 30, 60 ou 90 dias, porque, com certeza, a doença vai se agravar”, disse o deputado, ressaltando que o Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, tem que tomar uma providência. Venâncio Fonseca fez referência a uma matéria publicada na edição de domingo do jornal Correio de Sergipe que fala sobre o problema que esses pacientes têm enfrentado.

Em seu pronunciamento, o líder da oposição lembrou que existia outro serviço de radioterapia que era prestado no Hospital de Cirurgia, mas que foi suspenso no mês de abril deste ano, depois que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) interditou o acelerador linear (aparelho responsável pelo tratamento), após detectar que ele estava fora dos padrões. “Inclusive detectaram que trazia perigo aos que faziam parte do sistema, porque não estava dentro das normas e talvez não tivesse surtido os efeitos nos pacientes que passaram por tratamento, por conta dos problemas no aparelho, que foi lacrado e não pode mais realizar o serviço”, revelou Venâncio.

O deputado afirmou que depois disso os pacientes com câncer que faziam tratamento no Cirurgia foram transferidos para o Hospital de Urgência de Sergipe, onde há outro aparelho, mas houve um aumento muito grande na demanda. “E isso está causando um problema enorme, e quem está sendo afetado são os usuários”, afirmou o líder da oposição, acrescentando que tem recebido muitos telefonemas e e-mails de pessoas pedindo que ele faça essa cobrança ao governo do Estado e à Secretaria de Saúde, para que tomem providências mais urgentes e eficazes. Venâncio acredita que se isso não acontecer no mais breve espaço de tempo possível será o caos na Saúde, especificamente no setor de radioterapia do Huse, que até então vinha funcionando a contento.

Preocupação justificada

Durante o pronunciamento, o líder da bancada do governo, deputado estadual Francisco Gualberto (PT), fez um aparte e reconheceu como justa a preocupação do colega, uma vez que o câncer pode ser fatal se não tiver o acompanhamento e tratamentos corretos. Ele disse que na semana passada, durante reunião com o secretário estadual de Saúde, Rogério Carvalho, abordou essa questão e ele apresentou alguns encaminhamentos. Um deles é ampliação do funcionamento do equipamento do Huse, até 1h ou 2 horas da madrugada, para dar conta da demanda de pacientes e diminuir a espera dos pacientes. “Só que é verdadeiro que mesmo com esse funcionamento ainda há pessoas que estão na fila esperando por atendimento”, disse Gualberto.

O líder governista informou ainda que esse aumento no número de atendidos tem levado a manutenções antecipadas do acelerador linear e o conseqüente aumento da despesa, até para evitar que ele seja danificado. Francisco Gualberto disse que paralelo a isso o secretário está tentando junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear para que haja uma compreensão para saber de que forma haja autorização de funcionamento temporário do equipamento do Hospital de Cirurgia, até que Estado adquira um novo acelerador linear, que está nos planos da administração estadual. “Mas o processo da compra de um equipamento desses até a sua colocação em funcionamento demora entre sete a oito meses”, ressaltou.

Venâncio Fonseca questionou Francisco Gualberto sobre a possibilidade de o Estado fazer um convênio, com parecer da Procuradoria Geral do Estado, com uma clínica particular para atender à demanda até que haja outro equipamento em funcionamento. No entanto, o líder do governo disse que não há informações de que exista outro aparelho no Estado, senão o do Huse.

O deputado progressista ressaltou que é de extrema importância a assistência imediata aos pacientes com câncer, que já ficam abalados ao saberem da existência da doença, situação que se agrava ainda mais ao terem a notícia de que terão que esperar por meses até iniciar o tratamento.

Clínicas da Família

Ainda em seu pronunciamento, Venâncio Fonseca prestou solidariedade ao colega Arnaldo Bispo (DEM) quanto ao seu pronunciamento feito na semana passada, quanto falou da sua preocupação com as Clínicas de Saúde da Família. Ele disse que 105 clínicas foram construídas em Sergipe e entregue às prefeituras municipais. No entanto, o líder da oposição disse que se o governo não arcar com os custos – que, segundo ele, chegam a R$ 150 mil mensais – elas irão se tornar elefantes brancos. “Vão ser prédios bonitos, bem equipados, mas sem funcionamento, porque as prefeituras não têm condições de arcar com essas despesas”, disse Fonseca, lembrando a situação financeira crítica que vivem os municípios sergipanos.

O deputado Francisco Gualberto novamente aparteou o pronunciamento para, desta vez, divergir do colega. Ele explicou que a finalidade das Clínicas da Família é substituir os postos de saúde sucateados que existiam nos municípios. “É lá que vão estar os médicos da família, é lá que a população terá um atendimento básico. Os casos de média complexidade serão atendidos nos hospitais regionais e os de grande complexidade, encaminhados para o Hospital de Urgência de Sergipe”, destacou.

Venâncio Fonseca concluiu seu pronunciamento solicitando que o governo do Estado faça o mais rápido possível o levantamento e planejamento para ajudar as prefeituras, porque elas não terão condições de bancar as Clínicas de Saúde da Família.

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