segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PORTAL UNIVERSO POLÍTICO: MP RELATA SUSPEITOS DE DESVIAREM R$ 1,3 MILHÃO DO CORPO DE BOMBEIROS.

Promotor cita, inclusive, empresas que supostamente ‘fizeram reparos’ em veículos inutilizados da Corporação

O Promotor Alexandro Sampaio, da Promotoria do Patrimônio Público, revelou, com exclusividade ao repórter Eron Ribeiro, nomes de pessoas que, em sua ótica, são suspeitas de envolvimento nas irregularidades relacionadas à manutenção de veículos da frota do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, de janeiro de 2007 a março de 2008, alguns veículos foram supostamente objetos de reparo em oficinas da capital, inclusive com nota fiscal de pagamento. Mas de fato, nenhum serviço havia sido realizado. Para a Promotoria, houve desvio de verba pública de em média R$ 1,3 milhão.

"Identificamos, por exemplo, veículos inutilizados avaliados em R$ 15 mil, que tiveram um gasto de manutenção de R$ 14 mil. Estes veículos no linguajar da corporação são os chamados ‘descarga', porque não são utilizados ao atendimento ao público e, efetivamente, estariam abandonados em um pátio cobertos de capim. Nos autos do processo, há provas de que estes veículos constavam nas notas fiscais como se estivessem sido reparados", afirmou o promotor Alexandro Sampaio.

O Ministério Público aponta como suspeitos de participarem da fraude o ex-comandante geral da Corporação, Reginaldo Santos Moura; o ex-chefe do Centro de Manutenção, Laudemir Vieira Dias; o bombeiro, Josadaque Marques Guimarães; o ex-auxiliar do Departamento Financeiro, Adelson Góis dos Santos; e o ex-gerente geral de Controle da Frota, Antônio Carlos Araújo. "Estas pessoas estão vinculadas de certo modo a este esquema. E o MP quer que eles percam o cargo público, quando ao final do processo tudo for provado, e que devolvam aos cofres do Estado todo valor desviado", disse o promotor.

De acordo com Dr. Sampaio, também estão indiciadas, pela possibilidade de envolvimento com o caso, cinco empresas de manutenção. "A Carioca Pneus, a Atlântica Peças e Serviços LTDA, a Comercial Só Freios, a Auto-Nasa Peças e Serviços LTDA e a Val Motos. Todas em Aracaju. Existem os atestados de que os serviços foram lavrados por estas empresas, quando na verdade não foram. Como também notamos a irregularidade de que determinados tipos de veículos teria sido levados para uma empresa que na verdade, pelo contrato celebrado como Estado de Sergipe, não foi a empresa contratada para prestar o serviço", destacou o promotor.

Tanto as empresas quanto as pessoas citadas pelo promotor Alexandro Sampaio, não foram condenadas, já que ainda não houve qualquer julgamento. Entretanto, como elas estão indiciadas pela Promotoria, prestaram depoimentos à Delegacia de Combate a Crimes Contra a Administração Pública. Por enquanto, o MP ainda aguarda o desdobramento do processo na Justiça, após a apresentação das defesas.

Até o momento, o Universo Político.com não conseguiu manter contato com nenhum dos apontados pelo promotor. Mas permanece com o espaço aberto para eles se pronunciarem.

Matéria do Portal Universo Político: por Raissa Cruz, com informações do repórter Eron Ribeiro

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