Os 13 militares do Corpo de Bombeiros de Sergipe, que se encontram em Alagoas para auxiliar à população vitimada pela tragédia das chuvas, resgataram quatro corpos de pessoas vítimas das enchentes. Para se ter uma idéia da violência das águas, dois desses corpos foram encontrados em árvore de seis e nove metros de altura. Desde o último dia 23 de junho os militares estão realizando operações de salvamento, resgate de corpos, auxílio às pessoas e áreas atingidas pelas enchentes que devastaram cidades inteiras em Alagoas e Pernambuco.
A equipe é comandada pelo capitão Hector Monteiro e pelos tenentes Gideão Oliveira e Márcio Fábio Caldas, que coordenam os trabalhos todos os dias durante a luz do sol e à noite sem esquema de revezamento. Os bombeiros sergipanos são especialistas em salvamento aquático, por isso percorrem de bote e a pé, diariamente, o Rio Mundaú.
Essa bacia hidrográfica é rodeada de pedras e com a enxurrada dos últimos dias o rio ficou cheio de entulho, troncos, pedaços de pontes e demais obstáculos que dificulta a navegação”, explicou Hector, lembrando que rio Mundaú corta todo o Estado de Alagoas, desde a cidade de São José da Laje até Satuba, jogando suas águas na Lagoa Mundaú, já em Maceió, capital do Estado.
Durante estes sete dias, os militares trabalharam em São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha (a mais devastada), Murici (base do Exército Brasileiro), Messias, Rio Largo, e Satuba. Outro drama vivenciado pelos militares sergipanos é racionamento de comida e de água. “A nossa alimentação diária é de apenas um sanduíche, duas bananas, uma maçã e dois litros de água, no máximo, para cada militar”, testemunhou o tenente Caldas. “Não há revezamento entre os bombeiros, pois os trabalhos são corriqueiros e todos nós estamos focados e dispostos a encontrar os desaparecidos, e as guarnições do CBMSE são divididas em duas, com no mínimo um oficial à frente”, completou o capitão Hector.
Bombeiros de todo o país também estão em Alagoas auxiliando na prestação de socorro às vitimas. Os bombeiros de São Paulo, que estão em Branquinha, afirmam que percorreram de Branquinha à Murici, e com um helicóptero foram de Murici à Messias. Já os militares do Rio de Janeiro estão à disposição no quartel do Corpo de Bombeiros de Alagoas; a Força Nacional de Segurança, que está em Santana do Mundaú, faz uma varredura, desta cidade à União dos Palmares.
A boa notícia, confirmada pela Defesa Civil de Alagoas, foi que o número de desaparecidos, até o último dia 28, diminuiu para 56. “Duas comportas de uma represa em Pernambuco foram abertas para aliviar a pressão das águas, e com isso o Rio Mundaú ganhou volume e poderá possibilitar o aparecimento de alguns corpos que podem estar submersos e venham à superfície”, avaliou Hector.
Corpos resgatados - Dia 27 de junho foi feita à captura de um jacaré em frente ao Grupamento de Salvamento Aquático (GSA), desde o início das operações até o dia 28 já foram resgatados 35 corpos, pelos próprios bombeiros de Alagoas e populares da região.
Nossa equipe, desde o dia 23 até a presente data, participou do resgate de quatro corpos em locais de difícil acesso. Ontem, dia 29, os sergipanos iniciaram o trabalho de buscas de corpos na Lagoa do Mundaú e Lagoa Manguaba. Uma curiosidade é que dois destes quatro corpos foram encontrados em cima de árvores de seis a nove metros de altura” relatou o tenente Gideão Oliveira.
O tenente Márcio Caldas resume bem o que é o serviço dos bombeiros sergipanos no Estado vizinho. “O serviço é exaustivo, estamos sem tempo para relatar as ocorrências, cansados durante estes dias, porém felizes em poder ajudar quem precisa do apoio dos Bombeiros Militares, pois esta é nossa sina, "vidas alheias e riquezas salvar, a qualquer hora, a qualquer dia, em qualquer mar, nosso lema é salvar, salvar e salvar."
Nenhum comentário:
Postar um comentário