Foto: Reinaldo Gasparoni
Foi sepultado na manhã desta quarta-feira, 23, no Cemitério Santa Isabel, centro de Aracaju, o corpo do escrivão de polícia Flávio Santos de Oliveira Matos, 29 anos, que estava lotado na Delegacia de Frei Paulo. Ele foi morto na tarde desta terça-feira, 22, quando tentou impedir um assalto à agência dos Correios no centro do município. O velório, ocorrido no velatório Osaf, no centro da cidade, foi marcado pela tristeza e emoção por parte de amigos, parentes, políticos, delegados, policiais civis e militares. Antes da saída para o cemitério, houve celebração religiosa presidida por um diácono da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Igreja do Salesiano), no Cirurgia.
O secretário da Segurança Pública, João Eloy de Menezes, compareceu aos funerais, prestando solidariedade à família em nome da SSP e do Governo do Estado. O superintendente da Polícia Civil, delegado João Batista Santos Júnior, afirmou que a morte prematura de Flávio Matos “é uma tragédia para a Polícia Civil” e garantiu que, mesmo de luto, ela está empenhada na busca pelos assaltantes que cometeram o crime.
“Desde o primeiro momento, todas as providências foram tomadas para prender os responsáveis por este crime. Apesar de os Correios serem um órgão federal, estamos empenhados nas investigações. Conversei já com o superintendente da Polícia Federal no estado e pedi a ele que o caso fosse tratado com toda a prioridade”, disse Batista. O coordenador de Polícia do Interior, delegado Fernando Melo, classificou o assassinato de Flávio como “bárbaro” e “inaceitável”. Disse também que algumas linhas de investigação da polícia já estão sendo seguidas, mas ainda não podem ser reveladas.
A morte do escrivão também foi lamentada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), presente ao velório e ao enterro. “O sentimento é um misto de tristeza e revolta. O risco de morte é inerente à nossa função e nosso colega perdeu a vida em cumprimento do dever. Todos os que se preocupam com a cidadania e a segurança pública estão hoje de luto”, afirmou o presidente da entidade, Ricardo Reis.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Sergipe, Flávio de Oliveira Matos prestou concurso para a Polícia Civil em 2005 e tomou posse como escrivão no ano passado, quando foi convocado, sendo lotado na Delegacia de Frei Paulo. Ele deixa uma filha de um ano e oito meses.
O crime – O escrivão estava de serviço e acompanhado por um policial militar, quando percebeu uma situação suspeita ao passar em frente à agência dos Correios, na praça central de Frei Paulo. Um dos assaltantes havia rendido os funcionários e tomou o gerente como refém, enquanto o outro dava cobertura pelo lado de fora. Na saída, houve troca de tiros e Flávio foi baleado duas vezes. Levado ao Hospital Regional Garcia Moreno, em Itabaiana, o policial civil não resistiu aos ferimentos e morreu.
O carro dos policiais foi levado pelos assaltantes, que abandonaram a viatura minutos depois no povoado Sambaíba, em Itabaiana. Já a moto usada por eles na chegada foi abandonada em frente à agência dos Correios. Todas as unidades policiais da região, a exemplo da Delegacia de Frei Paulo, Delegacia Regional de Itabaiana, Coordenadoria de Polícia do Interior (Copci), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), Comando de Operações Especiais (COE), Grupo de Ações Táticas do Interior (Gati) e Polícia Federal, permanecem fazendo diligências na região, em busca dos criminosos.
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